Brasília (DF) – O deputado federal Bruno Araújo (PE), presidente do PSDB de Pernambuco, espera que a base aliada do governo federal “democratize” o comando da CPI mista da Petrobras, cujo pedido de abertura foi apresentado na tarde desta quarta-feira (02) por parlamentares da oposição.
– Nossa expectativa é que a base democratize presidência e relatoria. Esperamos uma CPI que transcorra de forma imparcial”, disse Bruno Araújo.
O pedido de abertura da CPI mista da Petrobras foi protocolado com 231 assinaturas de deputados federais e 30 de senadores.
O quórum mínimo para a instalação determina o apoio de 27 senadores e 171 deputados.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, definiu a CPI como uma oportunidade para que os dirigentes da estatal e a presidente Dilma Rousseff se expliquem em relação a negócios controversos realizados pela empresa, como a compra da refinaria de Pasadena (EUA) e as arrastadas obras para a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
A formalização da instalação da CPI depende, agora, da realização de uma sessão conjunta do Congresso Nacional, que deverá ser agendada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Adesão – Para Bruno Araújo, o grande apoio de parlamentares da base aliada à criação da CPI – foram poucos os partidos cuja bancada inteira rejeitou o projeto – reflete o sentimento da sociedade brasileira em relação à estatal.
– A Petrobras até pouco tempo era uma das maiores empresas do mundo, hoje não está nem entre as 100. A população percebe isso. Por isso que os deputados e senadores, ainda que da base do governo, se uniram à oposição nessa iniciativa”, registrou.
Eleições – O deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC) endossou as observações sobre a importância da CPI e criticou as contestações apresentadas por alguns representantes do PT, para quem a comissão serviria para atender a propósitos eleitorais.
“Trata-se de um argumento descabido. O Congresso não pode parar, sob nenhum argumento. Se pensássemos dessa forma, deveríamos crer que a Câmara trabalharia apenas de dois em dois anos, que é quando não há eleição. O fato é que não devemos ficar quietos quando assistimos a uma grande desvalorização da Petrobras, com prejuízos que se somam e com o apoio a regimes do exterior com os quais o PT tem identificação ideológica, o que é o caso da Bolívia e da Venezuela. O Congresso deve cumprir sua missão de fiscalizar o Executivo”, ressaltou.