O Secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério dos Direitos Humanos, Juvenal Araújo (PSDB), manifestou repúdio às declarações preconceituosas feitas pelo professor Paulo Palma, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que criticou o sistema de cotas que será adotado pela universidade. Em uma de suas frases, o professor diz que cotas é “trocar cérebro por nádegas”.
Segundo Juvenal, a evocação do mérito, na forma como fez Paulo Palma, deixa claro seu pensamento retrógrado e sua profunda desinformação sobre o desempenho acadêmico dos bolsistas em todas as universidades brasileiras. “O conhecimento deve auxiliar a humanidade a desatar os nós da sua ignorância, e ajudar a construir uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos. O conhecimento como valor e finalidade em si mesmo, historicamente, levaram aos piores genocídios de que a passagem humana na Terra foi capaz de produzir”, relembrou Juvenal.
O secretário da Seppir afirmou que adotará uma série de medidas, dentre elas, acionará a Advocacia-Geral da União (AGU) contra o professor. “Querer confundir liberdade de expressão com permissão para ofender e difamar o segmento majoritário da população brasileira é subestimar a nossa inteligência”, destacou.
Juvenal disse também que a Seppir vem atuando junto a órgãos e instituições com oficinas para a capacitação e formação das comissões de verificação quanto à veracidade das declarações informadas pelos candidatos cotistas. Segundo ele, a iniciativa de implementação da reserva de vagas deve vir acompanhada de medidas de controle.
O secretário destacou ainda que se reunirá com o reitor para ofertar essa parceria e garantir a efetividade das cotas, para que a população negra seja realmente beneficiada com as ações afirmativas.