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Procuradoria Geral da República reconhece inocência de Anastasia e pede ao STF arquivamento de inquérito

anastasia_int2O procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (28/08) o arquivamento do inquérito aberto contra o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) no âmbito da operação Lava Jato.

Na prática a ação é um reconhecimento da inocência do ex-governador mineiro que foi investigado nos últimos 6 meses pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral, segundo a qual não foram encontrados “elementos mínimos” que justificassem a continuidade do inquérito.

Durante todo esse período nenhum fato ou indício foi encontrado de forma a confirmar a versão apresentada pelo ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca.

Segundo as investigações ele trabalhava distribuindo recursos ilícitos para o doleiro Alberto Youssef, acusado de ser operador de esquemas entre empreiteiras, políticos e a Petrobras.

Histórico
Em depoimento em novembro do ano passado, Jayme afirmou que foi a Belo Horizonte entregar a quantia de 1 milhão de reais, em 2010, a uma pessoa que ele não identificou.

Ao ser apresentada uma foto do ex-governador Antonio Anastasia, o ex-policial disse que a pessoa a quem entregou o dinheiro ‘era muito parecida’ com a da foto.

Por causa disso a Procuradoria resolveu abrir inquérito para apurar o caso.

Dos 47 procedimentos abertos para investigação de parlamentares o de Anastasia era o único que não havia sido decorrente de delação premiada, já que Jayme falou apenas na condição de testemunha.

Durante as investigações o próprio doleiro Alberto Youssef – este sim em delação premiada, quando qualquer mentira ou omissão de fatos é proibida – negou que tenha mandado entregar qualquer valor ao senador.

“Quanto ao nome Anastasia, eu tenho certeza que nunca recebi nenhuma orientação para pagamentos a essa pessoa e nem orientei Jayme a fazer isso”, disse em depoimento à Polícia Federal no dia 12 de maio.

A mesma afirmação foi feita na última terça-feira (25/08), na CPI que investiga o caso no Congresso.

Jayme, por sua vez, não confirmou que entregou dinheiro ao ex-governador mineiro.

Em depoimento marcado para falar sobre o caso, no dia 22 de maio, permaneceu em silêncio.

Em outro testemunho, prestado junto à Justiça Federal, em Curitiba, no dia 4 de maio, no entanto, o ex-policial citou o nome de outra pessoa ao ser perguntado pelo promotor a quem teria entregue dinheiro em Belo Horizonte.

No dia 20 de julho Jayme Alves de Oliveira Filho foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a sentença de 11 anos e 10 meses de prisão em regime fechado e multa de R$285 mil.

Em mais de uma centena de testemunhos em todo o âmbito da operação Lava Jato em nenhum outro momento o nome de Anastasia foi citado.

Investigue-se
Desde o dia em que tomou conhecimento da citação de seu nome pelo ex-policial, Anastasia foi incisivo ao afirmar que nunca conhecera nem jamais esteve nem com Jayme, nem com Youssef.

Ao mesmo tempo, manifestou indignação e revolta com a tentativa de envolver sua história e trajetória neste assunto.

Em pronunciamento na tribuna do Senado, no dia 10 de março, Anastasia defendeu o trabalho da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, e disse confiar que justiça seria feita.

“Estamos diante de alegações extremamente precárias, contraditórias e sem qualquer amparo fático.

Espero – e confio – que a justiça seja feita com a brevidade possível, para se restaurar, na plenitude, a minha trajetória e a minha honra.

Sou, fundamentalmente, um profissional do Direito que acredita na Justiça e nas instituições. E, sobretudo, tenho a mais forte e invencível das defesas: a consciência tranquila”, afirmou à época.

Para o advogado responsável por acompanhar o caso, Maurício Campos Júnior, as investigações levadas a cabo pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, reforçaram a convicção das pessoas na honestidade do senador.

“Desde o início, considerávamos que o arquivamento era o destino natural desse inquérito, mesmo porque a estória contada não tinha o menor nexo, não era referendada por qualquer testemunha e não encontrava apoio em nenhum elemento objetivo.

O fato simplesmente não existiu. O que lamentamos é o envolvimento do nome de um senador sério e correto como Anastasia, submetendo-o a um desgaste que jamais será suficientemente reparado”, afirmou.

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o arquivamento da investigação sobre Anastasia corrige um erro e faz justiça a um dos mais íntegros homens públicos do País.

“O PSDB se orgulha de ter em seus quadros o ex-governador e atual senador cuja exemplar trajetória política é agora reparada por essa decisão que, estamos certos, será acompanhada pelo STF”, disse.

Para o senador Anastasia, ainda há elementos que precisam vir à tona.

“Injustamente buscaram envolver meu nome em toda essa história. É preciso que a Justiça vá ainda mais a fundo e apure os interesses por trás dessa ficção. Quero saber porque motivo e a mando de quem tentaram colocar meu nome nesse caso. Essa é a outra justiça que espero. Quero agradecer a todos os mineiros, meus familiares, meus amigos, os cidadãos de todo o Brasil, que confiam e confiaram em mim, e sabiam que eu estava do lado da verdade”, afirmou o senador.

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