Brasília (DF) – A projeção do Banco Central de que a taxa básica de juros (Selic) feche a 14% ao ano está cada vez mais próxima. Segundo o jornal Correio Braziliense desta quinta-feira (11), a inflação acima do esperado de maio, de 0,74%, reforçou a expectativa de que o BC terá que promover mais uma alta de ao menos 0,25 ponto percentual da Selic em julho. Nos contratos com vencimento em janeiro de 2016, as taxas passaram de 14,08% para 14,15%, e, nos de janeiro de 2017, avançaram de 13,58% para 13,77%.
De acordo com a reportagem, os analistas mais pessimistas, que já acreditavam que a Selic fecharia o ano em 14%, passaram a cogitar a possibilidade de haver uma alta ainda mais forte, de 0,50 ponto, com a taxa batendo em 14,25%.
Segundo a economista da Tendências Consultoria Adriana Molinari, apesar de ainda manter a projeção de aumento de 0,25 ponto na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a inflação de maio abriu espaço para um arrocho maior. “Não é descartada a possibilidade de alta de 0,50 ponto nos juros”, admitiu.
Na opinião do economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo, para chegar na meta de inflação, de 4,5%, em 2017, a autoridade monetária terá que persegui-la em 2016. “No ano que vem, não há como chegar na meta, a menos que haja um choque muito grande e a taxa de desemprego suba a dois dígitos. Do jeito que o mercado de trabalho está, a inflação dos serviços vai continuar persistente”, avaliou.