
CURITIBA e SÃO PAULO — O primeiro dia de depoimentos de delatores da Operação Lava-Jato à Justiça de Curitiba foi marcado por acusações ao ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque, que está solto desde dezembro do ano passado.
Julio Camargo, consultor ligado à Toyo Setal e à Camargo Corrêa, e Augusto Ribeiro Mendonça Neto, proprietário da Setal, confirmaram à Justiça — em depoimentos colhidos na segunda-feira mas divulgados nesta terça-feira — que Duque não apenas exigiu propina para assinar contratos entre as empreiteiras e a Petrobras, como a prática era “regra do jogo”.
Duque negociava o valor das propinas e usava empresas de fachada para receber os pagamentos. Os depoimentos também mostraram que o cartel de empreiteiras para desviar recursos da Petrobras só se tornou efetivo quando o grupo, inicialmente formado por nove empresas, obteve acordo com Duque e Paulo Roberto Costa, da diretoria de Abastecimento.