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PSDB Mulher lamenta perda de Niemeyer

POEMA DA CURVA, de Oscar Niemeyer

Não é o ângulo reto que me atrai.
Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.

A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios,
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
O universo curvo de Einstein.

 

Um gênio

Oscar Niemeyer partiu aos 104 anos e deixou uma nação inteira meio assim, tristonha, porém orgulhosa de um homem, de um gênio que levou ao mundo toda a capacidade do brasileiro de realizar o simples, o belo, em traços diretos riscados curvilíneos.

A “aventura” de construir Brasília em quatro anos, com ele mesmo definiu, arregimentou milhares de brasileiros candangos que partiram de todos os cantos do país arrastados pelo sonho de Juscelino Kubistchek .

Comunista convicto, homem do povo e da vida, em suas memórias ele relembra que a utopia socialista estava presente ali, nas ruas, nos bares, nos escritórios e canteiros de obras, no barro do Planalto Central e sua solidão secular.

Todos eram iguais – do arquiteto estudioso ao pedreiro desqualificado, aprendiz de obra, passando pelo Presidente JK. Todos unidos em um sonho, realizando uma epopeia de uma Nação, uma cidade que nascia sob a alcunha de André Malraux, que a batizou de “Capital da Esperança”.

O Brasil, o Centro-Oeste e o eixo Brasília-Goiânia não seriam o que são – responsável por 9% do PIB nacional – se não houvessem homens com a visão, o desprendimento, a genialidade e a competência de JK, de Niemeyer, de Lúcio Costa, parceiro de ideias, desenhos, projetos e de genialidade.

Até os seus últimos dias Niemeyer não deixou suas convicções políticas, mesmo com as desilusões que assistiu no cenário mundial e nacional, com Stalin, Kruchev, a construção e a derrubada do muro de Berlim.

Mas sempre foi solidário e amigo com quem compartilhava a vida. Dois exemplos resumem isso: deu uma casa para Luis Carlos Prestes e outra para o seu motorista, dois amigos de jornada de vida, sem os mesmos recursos financeiros que ele.

Com a simplicidade dos gênios, dizia que o importante na vida é viver, uma vida que tem tristezas e alegrias, mas que é dura de se passar “o sopro” que ela nos permite.

Ético, sério, humilde, Oscar Niemeyer deixa, além do seu legado como arquiteto, um enorme exemplo de vida, especialmente para os jovens que, assim como ele, sonham por um país mais justo, mais igualitário.

Longa vida a Niemeyer!

Thelma de Oliveira
Presidente Nacional do PSDB Mulher.

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