O PSDB lamenta o teor do discurso pronunciado na ONU pela senhora Presidente Dilma Roussef marcado, por um lado, por autoelogios provincianos e enganosos de cunho eleitoreiro que prejudicam basicamente a ela mesma, minando qualquer pretensão de liderança internacional que ainda pudesse alimentar.
Por outro lado, quando condenou a reação dos Estados Unidos e seus aliados, inclusive com apoio de países árabes, à ofensiva do grupo terrorista autointitulado de Estado Islâmico, fez pior: levou ao ponto mais baixo a desmoralização da política externa brasileira.
Invocar o princípio da solução pacífica de conflitos entre Estados para preconizar o diálogo com grupos de facínoras armados é de um simplismo espantoso. Seria curioso, se não viesse a ser trágico, tentar colocar em prática seu próprio conselho.
Esse risco não existe, porque as palavras da presidente não apontam para qualquer curso de ação plausível na arena externa. Destinam-se, como sempre, a ativar reflexos condicionados ideológicos de grande parte de seus companheiros de partido. É duvidoso que esse truque, por muito usado ao longo de anos, funcione para devolver algum entusiasmo aos reticentes apoiadores da candidata Dilma Rousseff.
Para a maioria dos brasileiros, essa exibição de oportunismo eleitoral sem compromisso com o interesse nacional é mais uma demonstração de como age o grupo que hoje se encontra no poder, reforçando a certeza de que é hora de o país dar um basta a um governo cuja falta de limites éticos chega ao ponto de utilizar a Organização das Nações Unidas como palanque eleitoral. E que defende posições que envergonham os brasileiros.