Brasília (DF) – O deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) criticou a declaração dada nessa terça-feira (16) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que não há nenhuma referência à campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição no ofício do juiz Sérgio Moro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “É muita marola para pouca água”, disse Cardozo. Para o tucano, a afirmação é mais uma tentativa do PT de confundir a opinião pública, desqualificando uma “grave” e “importante” ação.
“É um tema de extrema gravidade que precisa de toda atenção da população. A gente espera que o TSE se pronuncie rapidamente. São recursos que foram retirados do orçamento público e colocados para empresas financiarem uma campanha que tem todo um perfil criminoso. Então, o ministro deveria ser mais cauteloso ao tentar desqualificar uma ação que está sendo conduzida por uma instituição séria, que é o TSE”, afirmou.
De acordo com o jornal O Globo desta quarta (17), os documentos enviados por Moro, comprovando que doações eleitorais foram feitas com dinheiro desviado da Petrobras, receberam parecer favorável da Procuradoria Geral Eleitoral (PGR) para que sejam incluídos em um dos processos que pedem a cassação da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.
Segundo a reportagem, Cardozo afirmou que o documento é “meramente informativo”, trata genericamente de todos os partidos e não há comprovação de uso de dinheiro irregular na campanha.”Não há uma prova. Mesmo que testemunhas sejam ouvidas, é preciso comprovação”, reiterou.
Ações
Os documentos foram anexados na ação que pede a cassação da presidente e do vice por crime eleitoral, proposta pela coligação do candidato do PSDB, senador Aécio Neves, nas eleições presidenciais de 2014. O ministro da Justiça chamou de “sensacionalismo” o uso do ofício pela oposição nos processos.
O parlamentar tucano destacou ainda que ninguém está acima da lei e qualquer dúvida sobre a lisura do pleito deve ser investigada. Na opinião do deputado, a eleição de Dilma foi influenciada pelo poder econômico e as ações do PSDB abarcam os fatos suspeitos da última campanha.
“O formato de campanha no Brasil tem que ser modificado efetivamente para que se tenha transparência, lisura e o resultado não seja influenciado pelo poder econômico. A eleição presidencial foi fortemente influenciada pelo poder econômico que o PT conseguiu mobilizar e quando há uma denúncia como essa, mesmo depois de passadas as eleições, é preciso que se esclareça. Não pode ficar uma dúvida sobre o governante que está à frente do pais”, completou.