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“PT debocha de novo do STF”, por Ademar Traiano

Deputado estadual Ademar Traiano (PSDB-PR)
Deputado estadual Ademar Traiano (PSDB-PR)

Quem viu o desaforo que o deputado petista André Vargas fez, em fevereiro, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa (o gesto mensaleiro em cerimônia oficial na Câmara Federal), pode ter pensado que aquilo era o ponto mais baixo que o PT poderia chegar para afrontar o Judiciário. Puro engano.

Estive ontem (9) em Brasília, junto com uma comitiva de deputados federais e estaduais paranaenses, para questionar o secretário do Tesouro Nacional (STN), Arno Augustin, sobre o bloqueio criminoso de empréstimos ao Paraná. Todos puderam constatar que o desrespeito ao STF é um método do PT.

O Paraná tem duas liminares do ministro Marco Aurélio Mello. Elas determinam que a STN libere um empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste para o estado. A segunda liminar ordena que a primeira seja cumprida, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, além de sujeitar a desobediência a penas cabíveis nos “campos cível e penal”.

Arno Augustin, confrontado por 14 deputados paranaenses, riu do STF e de suas decisões. Sugeriu que o Paraná batesse às portas do Supremo, de novo, e conseguisse mais uma liminar para então, quem sabe, ele se decida a liberar o dinheiro. Pois o Paraná o atendeu e está pedindo agora ao STF a prisão imediata desse senhor.

O Tesouro Nacional prefere queimar dinheiro público, ao custo de R$ 100 mil ao dia – desde sexta-feira (11) já foram incinerados R$ 500 mil em multas – e Augustin pode ter (ele não acredita nisso!) sua prisão decretada a qualquer momento, do que liberar um recurso que é direito inquestionável do Paraná.

O secretário petista do Tesouro Nacional prefere correr o risco de ser preso do que sair do roteiro determinado pelo PT de asfixiar as finanças do Paraná para facilitar a estratégia do partido de ganhar a eleição para o governo do estado.

Uma estratégia a que a senadora petista Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná, se entregou com afinco, engenho e arte, quando chegou a Casa Civil (prejudicar o Paraná foi seu único sucesso) e que seus prepostos, como Augustin, continuam a seguir, a risca, mesmo desafiando ordens judiciais, multas milionárias e ameaças de prisão.

É preciso destacar que, enquanto boa parte da bancada do Paraná estava na STN fazendo gestões pelos interesses do estado, a senadora Gleisi não compareceu, conforme havia prometido. Alegou ter compromissos mais urgentes. Quem assistiu os noticiários na noite de ontem (9) sabe do que ela estava falando. Gleisi estava muito ocupada ajudando o PT a melar a CPI da Petrobras.

Ironicamente, enquanto seu aliado desrespeitava o STF, a senadora avisava, na reunião da CCJ, que iria “recorrer ao STF para impedir que o Senado instale a CPI exclusiva da Petrobras”. O jornal Gazeta do Povo resumiu a consternação paranaense com o papel abjeto da senadora:

“Especialmente triste para o Paraná é o fato de a senadora Gleisi Hoffmann estar na linha de frente da farsa petista para acabar com a investigação sobre a Petrobras”.

A senadora se especializou em ir contra tudo aquilo que desejam os paranaenses que a elegeram e brasileiros. O empréstimo do Proinveste, todos estados brasileiros (inclusive os inadimplentes) receberam. Só o Paraná, por influência de Gleisi, primeiro como ministra, depois como senadora, não recebeu.

A CPI da Petrobras é – segundo o Datafolha – o desejo de 78% dos brasileiros que acreditam que existe corrupção na estatal. Gleisi lidera o jogo sujo do PT para que não se investigue nada. Não deseja que venham à tona as provas que, sob o comando do PT, na Petrobras jorram escândalos e se prospectam negociatas com dinheiro público.

Versões apresentadas pela STN para não liberar os empréstimos para o Paraná são totalmente bizarras. Prendem-se a firulas jurídicas bizantinas que só disfarçam a disposição de perseguir o estado até as últimas consequências.

Quando decisões judiciais são ignoradas e a mais alta corte do país é afrontada de todas as formas por um partido que se julga acima da lei, devemos ficar alertas. A distância que nos separa de aberrações vividas em países como a Venezuela – que tem o regime que setores do PT consideram ideal – pode ser muito menor que imaginam os desavisados.

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa

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