Recife (PE) – O vice-líder do PSDB na Câmara, deputado federal Daniel Coelho (PE), ressaltou na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (10/05), a falta de condições do deputado Waldir Maranhão de continuar presidindo a Casa.
Para o tucano, ao agir como “marionete” do governo Dilma na decisão de anular as sessões que acolheram o processo de impeachment da presidente, o parlamentar decidiu, monocraticamente, contra a legítima vontade do Plenário, expressa no voto. Menos de 24 horas depois, porém, revogou a decisão.
Mas para Daniel Coelho, o que mais espanta nesse episódio de ‘idas e vindas’ de Waldir Maranhão sobre o processo de impeachment é a postura “seletiva” do PT na defesa de alguém para presidir a Câmara dos Deputados.
“Até ontem o PT fazia uma defesa da moralidade em relação a quem presidia a Casa (referindo-se a Eduardo Cunha). Já o deputado Waldir Maranhão para eles pode, embora responda processo na Lava Jato, em seu Estado, o Maranhão, mas aí vale, já que ele tomou uma atitude de subserviência à presidente Dilma. Ou seja, o corrupto do outro é corrupto, mas quem está do lado deles não. Eles ainda chamam Zé Dirceu de ‘guerreiro do povo brasileiro’. Vaccari de herói. Nós precisamos resgatar esse poder. É necessária uma nova eleição para a presidência da Câmara para que, através do voto, escolhamos alguém com legitimidade para conduzir essa Casa”, defendeu.
O tucano entende que se Waldir Maranhão insistir em continuar na presidência da Câmara, seguramente enfrentará resistência de todos os deputados e partidos.
“Não há presidente nesse poder que pode revogar a decisão da maioria expressa através do voto. Waldir foi agir como marionete do Cardozo (José Eduardo Cardozo, ministro da Advocacia-Geral da União), mas a Câmara funciona em outros termos, com o apoio da maioria, no Parlamento é assim que funciona. Lamentamos que a minoria representada pelo PT ache que pode tomar decisão sozinha. As decisões do Parlamento só têm validade com o apoio da maioria. Waldir Maranhão perdeu a confiança dos parlamentares e da sociedade para continuar presidindo a Câmara”, frisou.