Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff gastaram mais recursos públicos com subsídios às grandes empresas – prática que ficou conhecida como “bolsa empresário” – do que com programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Fies. É o que revela reportagem publicada neste domingo pela Folha de S. Paulo.
Com base em números do Ministérios da Fazenda, a matéria mostra que, entre 2003 (primeiro ano do governo Lula) e 2016 (último ano de Dilma no Palácio do Planalto), quase R$ 1 trilhão foi utilizado para subsidiar operações de crédito e financeiras no país. Deste valor, R$ 420 bilhões foram para o setor produtivo. O montante supera em R$ 48 bilhões o valor destinado a programas sociais no mesmo período, que foi de R$ 372 bilhões.
Apesar de já elevado durante a gestão Lula, o valor disponibilizado ao “bolsa empresário” disparou mesmo quando Dilma Rousseff assumiu a presidência da República, em 2011, quando R$ bilhões foram destinados pelo governo para subsidiar o setor produtivo. O ápice desses gastos se deu em 2015, ano em que esse tipo de operação custou R$ 74,1 bilhões ao país.
O governo Dilma também aumentou os gastos com subsídios implícitos, feitos sem autorização do Congresso e utilizados para diminuir as tacas de juros em linhas de crédito oficiais. Como resultado desse cenário, a dívida bruta do Brasil passou de 52% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 73% neste ano.