Em companhia do governador de São Paulo, candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, visitou nesta sexta-feira (29/08), a estação Vila Prudente, zona leste da capital paulista.
Na ocasião, concedeu entrevista em que reafirmou que seu projeto para o Brasil traz uma “mudança consistente e clara na direção da retomada do crescimento e do emprego e do combate à inflação”.
O tucano responsabilizou o PT pelo quadro de recessão técnica em que o Brasil mergulhou, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontou “encolhimento” da economia brasileira pelo segundo trimestre consecutivo.
Abaixo, trechos da entrevista de Aécio Neves:
Brasil em recessão
Hoje é um dia triste para o Brasil. O Brasil acaba de entrar em recessão técnica, pelo segundo trimestre consecutivo, nós temos um PIB negativo. A verdade é que o governo do PT terminou antes da hora e o legado será: crescimento baixo, investimento baixo, combinado com inflação alta, juros altos e uma perda crescente da confiança na nossa economia que empata nos investimentos e no emprego. O nosso governo será o governo da transparência fiscal, da previsibilidade, do resgate das agências reguladoras e da constituição de um ambiente adequado para a retomada do crescimento da economia. Não existem empregos se não existe crescimento. Portanto, mais do que nunca fica claro que esse modelo que está aí fracassou e nós que temos as melhores condições de apresentar ao Brasil, não apenas uma proposta de mudança, mas uma mudança consistente, uma mudança clara na direção da retomada do crescimento, do combate firme à inflação e, obviamente, também da volta dos empregos, principalmente os empregos de melhor remuneração ao Brasil com o fortalecimento da nossa indústria.
Fracasso do governo do PT
É triste ao final do governo o ministro da Fazenda que entrega esse quadro, extremamente perverso para com os brasileiros de crescimento baixo, de recessão a partir de hoje, de inflação saindo do controle mesmo com o preço represado. Não vejo nele autoridade para questionar quem quer que seja. No governo do presidente Fernando Henrique [Cardoso], a inflação quando ele assumiu o governo era de 1600% ao ano, chegou a 7% no ano de 2002 e aumentou, chegando a 12%, em razão do risco Lula, que todos que acompanhavam a cena naquele momento reconhecem.
Na verdade o atual governo fracassou e fracassou principalmente na condução da economia brasileira, por isso o sentimento de mais de 70% dos brasileiros na busca de mudanças. E, certamente, um dos grandes responsáveis por esse sentimento majoritário por mudanças são aqueles que conduzirão e conduziram mal a política econômica ao longo desses últimos anos.
Projeto seguro para o Brasil
Tenho um projeto para o Brasil. Um projeto que busca substituir esse que esta aí e que fracassou. Por isso esse sentimento de mudança. E não é um projeto improvisado. É um projeto constituído com ideias e com pessoas capazes de transformar essas ideias em realidade. A grande questão que se colocará daqui em diante é: que mudanças nós queremos para o Brasil? A mudança do improviso ou a mudança consistente, verdadeira? A mudança que pode levar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento? Tenho enorme confiança de que no momento da decisão, prevalecendo a razão, vamos estar, não apenas no segundo turno, mas vamos vencer as eleições. Tem um quadro novo, a partir do falecimento do meu amigo [ex-] governador Eduardo Campos. E agora nós temos que nos adaptar a essa nova realidade. Eu estou absolutamente sereno e convencido de que as melhores propostas pro Brasil mudar de verdade, quem as tem somos nós.
Não há uma razão para uma mudança ainda, abrupta, no quadro das últimas pesquisas. Nós convivemos bem com eles. Nós vamos é daqui por diante cada vez mais clarear as nossas propostas, transmitir as nossas propostas para que as pessoas possam entendê-las e, obviamente, cobrando das outras candidaturas que também externem as suas. Não é possível que nós possamos caminhar para outra direção, sem sabermos que direção é essa. Tenho dito, de forma muito clara, inclusive anunciando quem será aquele que conduzirá a economia se vencer as eleições, até quem sabe estimulando os outros candidatos, não para indicar nomes, mas para dizer com clareza de que forma pretendem governar, quais os valores que pretendem conduzir à frente do governo, mas sobretudo de que forma vão nos tirar dessa aguda recessão. O Brasil não é para amadores.