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“Reafirmo que o apoio do PSDB é à governabilidade do Brasil”, diz João Doria

 

Em entrevista concedida a rádio Jornal do Commercio, nesta segunda-feira (26/06), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), reafirmou que a decisão do partido de se manter na base de apoio do governo Michel Temer foi em favor da “governabilidade do Brasil”. Para o prefeito, essa posição só deve ser reavaliada se novos fatos surgirem alterando o termômetro da crise que, na sua avaliação, já é muito grave.

“No termômetro da crise, de zero a dez, nós estamos no oito. Ao batermos no dez, evidentemente que o PSDB tem de avaliar sua posição. Mas ao meu ver isso ainda não ocorreu. Novos fatos, se vierem, não estamos torcendo por isso, podem modificar essa temperatura e aí sim justificar um reposicionamento do PSDB. Reafirmo que o apoio do PSDB é à governabilidade do Brasil. É proteção ao país. Temos 14 milhões de desempregados, 7 milhões de sub empregados, portanto 20 milhões de pessoas sofrem diariamente, muitas não tem nem o que comer. Nós precisamos pensar no Brasil e não nos interesses partidário e eleitoral”, disse o prefeito.

Entre vários temas abordados na entrevista, o prefeito foi questionado a avaliar a posição que o ex-presidente Lula ocupa em várias pesquisas de intenção de voto. Lembrou Doria, que o petista pontua índices elevados de rejeição e perderia a eleição no maior colégio eleitoral do país – São Paulo – e em outras praças das regiões Sul e Sudeste que possuem os colégios eleitorais com maior densidade.

“Os índices de rejeição ao ex-presidente Lula são muito elevados. Nos principais colégios eleitorais do país a rejeição dele é elevadíssima. Lula perde a eleição em São Paulo, na capital e no estado. Nos mercados do Sul e Sudeste, que são os com maior densidade eleitoral, o ex-presidente Lula não tem boa posição”.

Embora considere cedo para análises definitivas sobre o cenário eleitoral de 2018, o prefeito João Doria disse que acredita na capacidade de reação do PSDB e em sua capacidade de interpretar o sentimento da população. “O PSDB tem força nacional, pode ressurgir com uma candidatura bem abastecida do ponto de vista da mudança e da transformação. Confio na capacidade de reação do PSDB e na sua capacidade de interpretar o sentimento da população”.

Abaixo, os demais trechos da entrevista:

O Brasil vive momento de grande instabilidade política. No campo do PSDB, o partido deve ter posições muito claras em relação a seu presente e futuro. Não podemos ter uma medida para julgar o PT e outra para o PSDB. É preciso ter o mesmo rigor e cuidado. O que não implica em culpar antecipadamente. Temos que dar o direito de defesa mas agir com firmeza. Tenho respeito pelo senador Aécio Neves e entendo que ele deve concentrar o tempo em sua defesa e deixar que o partido seja conduzido por outro nome eleito.

Tenho profundo respeito pelo governador Geraldo Alckmin e lealdade, que é um sentimento que preservo na minha vida. O governador tem toda preferência, a deferência e meu apoio. Se ele mantiver a decisão de disputar a presidência da República e se as condições forem favoráveis. O governador é um homem de bom senso. Nunca me apresentei como candidato à presidência, me apresento como prefeito de São Paulo cumprindo agora seis meses de mandato, buscando ser transparente e inovador. Eu  prefiro ter a coragem de fazer do que o medo de ao fazer errar. Mesmo sob certas circunstâncias em que possa sofrer críticas.

Antecipar eleições só em caso de gravidade absoluta, extrema. Fora disso, advogar essa tese com todo respeito aos que a formulam não é o mais adequado para o Brasil. Vai colocar o país numa crise ainda maior, paralisar o Congresso, paralisar as reformas, influenciar negativamente no processo econômico que vem se mantendo razoavelmente.

Pesquisas sempre retratam um momento. Nós estamos ainda a um ano e meio das eleições. Mas de qualquer maneira é um elemento onde se tem índices de rejeição, de conhecimento e aprovação. Nessa circunstância, o ex-presidente Lula segue à frente mas ao meu ver ainda é muito cedo para uma análise definitiva. O PSDB tem força nacional, pode ressurgir com uma candidatura bem abastecida do ponto de vista da mudança e da transformação. Confio na capacidade de reação do PSDB e na sua capacidade de interpretar o sentimento da população.

Eu comecei a eleição em São Paulo com 2% e em 60 dias fiz 53% e ganhamos as eleições em primeiro turno. Enfrentamos aqui 3 candidatos do PT: Haddad, Marta Suplicy e Luiza Erundina que foram do PT. Enfrentamos o deputado mais votado, o Celso Russumano, que era tido como candidato no segundo turno.

Marina Silva foi duas vezes candidata e sua presença portanto em eleições traz um recall. Mas sem desrespeitá-la, acredito que ela não resistiria a um debate principalmente com o uso da televisão. Bolsonaro é um fato novo. Está há um ano em campanha, agrega uma expressão mais direitista, mais extremista, mas é um discurso que tem encantado. É um candidato que merece ser observado com atenção.

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