Como partido social-democrata, o PSDB tem um projeto estratégico de reformas para transformar a sociedade brasileira e fazer o País mais justo. Modernidade, desenvolvimento e justiça social só são alcançáveis num ambiente de estabilidade e democracia.
Tendo herdado enormes problemas estruturais, cultura inflacionária e desigualdades seculares, tivemos ainda problemas conjunturais externos, como as crises asiática e russa, atrasando o ritmo da recuperação econômica. Mas apesar dos pesares, o Brasil se encaminha para uma nova etapa de desenvolvimento sustentado e a maioria dos analistas já reconhecem que os sacrifícios feitos em nome da estabilidade monetária e fiscal mostram, enfim, a recompensa de investimentos e taxas de crescimento positivas e crescentes.
Também amadurece a reforma administrativa. A concepção do Estado menos envolvido na produção econômica e mais concentrado em áreas típicas de governo, ajuda a conter o déficit público e propicia avanços significativos na saúde e na educação. Sem mencionar o programa de privatizações, que viabilizou investimentos novos e a expansão de serviços em setores que tendiam a se transformar em obstáculos ao desenvolvimento nacional.
Mas, apesar de tantos avanços, continuamos atrasados naquela que, talvez, seja a mais difícil de todas as reformas: a político-institucional. Só nesse plano evitaremos o que aconteceu em ciclos anteriores de crescimento do País, garantindo que os frutos do desenvolvimento beneficiem todos os setores da nossa sociedade, especialmente aqueles até agora marginalizados da cidadania.
Os Povo brasileiro não identifica o Estado, aí incluídos Executivo, Legislativo e Judiciário, como um aparato institucional a seu serviço. Ao contrário, avalia que os poderes são máquinas montadas e geridas em proveito de elites. De tão grave, essa percepção já encerra séria ameaça à sociedade e à democracia nacionais. Mas o pior é que há muito no funcionamento das nossas instituições que justifica tal juízo. Ainda assim as elites dirigentes, especialmente partidos políticos e parlamentares, mantêm-se omissos em relação ao tema.
É de se perguntar se enfrentaremos esse desafio ou se, mais uma vez, nossa elite permanecerá cega e surda a tudo que não é seu interesse imediato. Ou incorporamos a evolução democrática nesse momento de transformações, ou tornaremos os resultados obtidos e previstos na economia em mais um mero capítulo na história da luta brasileira pela prosperidade que nunca chega.
A reforma democrática pressupõe tornar o exercício do poder político mais próximo do cidadão comum, descentralizando o poder e punindo serevamente a corrupção. E o empecilho a tais conquistas não está nos políticos individualmente, mas no sistema político vigente, perversamente defeituoso.
Só há resposta para tal desafio numa ampla reforma política que traga mais responsabilidade aos partidos políticos e mais transparência ao exercício dos mandatos, o que exige a restrição do número de siglas com representação parlamentar e o fim das legendas de ocasião e outras mazelas que enfraquecem os partidos e confundem os eleitores. Também a fidelidade partidária acabando com o comércio de mandatos e coibindo a ação do poder econômico nas eleições. Sem isso não se restabelecerá a confiança dos cidadãos nem na política nem nos políticos. E por isso é missão insubstituível do PSDB lutar pela reforma política.