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“Reformas vão acelerar recuperação da economia”, avalia João Doria

Brasília (DF) – A economia brasileira, ainda que a passos curtos, caminha para a sua recuperação. É essa a avaliação do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira (31), o tucano destacou a trajetória ascendente do país, mesmo após a desastrosa política econômica da gestão petista. Ainda assim, a aprovação de importantes reformas, como a trabalhista, a previdenciária, a política e a tributária serão vitais para “ajudar o Brasil a acelerar o seu processo de crescimento”.

“[A economia] está em recuperação. Esse é o fato positivo. Poderia estar em recessão, como ficou durante três anos e meio, como fruto do desastre da gestão econômica do PT, no governo Dilma Rousseff. Agora, felizmente, nós estamos em um caminho ascendente, de recuperação, ainda que lenta. É melhor estar crescendo lentamente do que decrescer aceleradamente, como ocorreu por três anos e meio”, disse.

Entre os maiores erros cometidos pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na economia, Doria citou como exemplos a quebra da segurança jurídica nas empresas de energia elétrica; o congelamento do preço dos combustíveis; a supervalorização do mercado interno; a concessão de subsídios desnecessários para a indústria automobilística; e a artificialidade de investimentos do BNDES em “superempresas”, o que consumiu bilhões de reais em poucas companhias, ao invés de estimular uma política mais ampla que gerasse mais oportunidades para diversas empresas.

“O conjunto de erros foi fatal para o Brasil, sem contar a volúpia em colocar a mão em dinheiro público. Foi o maior assalto ao dinheiro público já registrado na história. Tudo isso empobreceu e vitimou o país de um modo histórico. Nunca se viu uma situação econômica tão difícil no Brasil como nesses últimos anos”, lamentou.

Reformas são o caminho

O prefeito de São Paulo defendeu a aprovação das reformas pelo Congresso Nacional como o caminho para tirar o Brasil de vez da recessão. Em sua visão, as mudanças na lei trabalhista, por exemplo, valorizam os direitos dos trabalhadores.

“O que o trabalhador quer é o emprego. Não adianta nada ter regras e regras se ele não tem o emprego. A medida da reforma trabalhista é moderna. As regras anteriores deixavam o Brasil com circunstâncias muito frágeis, muito protecionistas e que, na verdade, estimulavam o desemprego. Agora não. Com a medida sendo homologada em definitivo pelo Congresso, as empresas vão ter estímulo para geração de novos empregos, e os empregados, sem perderem os seus direitos, a terem a efetividade de oportunidades e de estarem em uma situação melhor do que a que se encontram hoje”, afirmou.

Doria destacou que, sem a reforma da Previdência, “o Brasil pode quebrar”. Para o tucano, o adiamento da discussão terá um “custo enorme”, que pode colocar o Brasil sob o risco de perder ainda mais credibilidade internacional. “É quase que decretar uma falência”, avaliou. “Investidores brasileiros e internacionais esperam com a reforma da Previdência, ainda que parcial, uma sinalização para o futuro”, acrescentou.

O sistema tributário também deve ser atualizado. Na avaliação do prefeito, o Estado brasileiro “pode e deve ser menor”, de forma a se tornar mais eficiente e menos sujeito à corrupção.

“Estado gordo normalmente não é eficiente e, sendo gordo, além de perder eficiência na gestão e prestar piores serviços à população, ele fica mais sujeito à corrupção. Estado menor, mais focado, mais eficiente, além de prestar melhores serviços, fica menos vulnerável à corrupção”, apontou. “O Brasil cobra impostos demais e realiza políticas públicas de menos. Esse é um fato real. Há uma sede arrecadatória que alimenta a ineficiência do Estado em vários patamares. No plano federal, no plano dos Estados e mesmo no plano dos municípios”, justificou.

Corte de despesas

João Doria ressaltou que outro dos caminhos que o Brasil tem que seguir a fim de retomar o seu desenvolvimento é algo que já tem sido feito por sua gestão na Prefeitura de São Paulo: corte de despesas e melhoria de resultados.

“Nós também estamos ampliando os programas de fiscalização, para garantir que quem não paga imposto passe a pagar. Lançamos o PPI, o programa de parcelamento das dívidas com a prefeitura, para estimular que os que ainda têm débito possam usufruir dessa condição de parcelamento a longo prazo, mas pagando dívidas”, elencou.

A gestão tucana na capital paulista também tem buscado novos investimentos e parcerias com o setor privado, o que ajuda a cidade social e economicamente. Na última semana, por exemplo, em agenda oficial na China, o prefeito apresentou a empresários uma série de oportunidades de investimento em São Paulo, com foco no programa de privatizações, e pediu doações. O saldo foi positivo: a cidade recebeu quatro mil câmeras de vídeo para vigilância, dois drones, quatro veículos elétricos e dois painéis solares para hospitais, tudo sem a exigência de contrapartidas.

“Nós fazemos isso com muita clareza e objetividade. Não há nenhuma contrapartida, nem direta e nem indireta. As doações são feitas por um espírito de cidadania, de cooperação comunitária e atendendo a um pedido do prefeito. Considerando as empresas daqui, estamos falando em 109 empresas doadoras para a cidade de São Paulo. E essa política vai continuar. É muito melhor fazer isso às claras do que o velho e bom estilo do PT, de pedir às escuras, para financiar sítio, tríplex, automóvel, viagens, outras coisas desse tipo”, pontuou Doria.

“O que eu tenho como obrigação é ser um bom prefeito. A melhor contribuição que eu posso dar à democracia brasileira é manter o foco na prefeitura, continuar sendo um bom prefeito, lutar para fazer uma cidade melhor, e principalmente manter a prioridade aos mais pobres e aos mais humildes, em especial nas duas áreas mais essenciais, que são saúde e educação”, completou o gestor.

Leia AQUI a reportagem do jornal Valor Econômico.

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