Após aprovar a modernização das leis trabalhistas, o Congresso Nacional deve continuar, neste semestre, a agenda de votações de reformas estruturantes para o país. Uma das propostas que deve ser pautada nos próximos meses é a da reforma da Previdência Social, cujo déficit deve chegar a R$ 202 bilhões em 2018, segundo projeções do ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, feitas na última sexta-feira (4).
O valor é R$ 27 bilhões superior ao rombo previsto para este ano, de R$ 175 bilhões, e mais de R$ 50 bilhões maior do que o déficit de 149,73 bilhões em 2016.
“Existe uma tentativa de se dizer que não existe déficit na previdência. Ele existe sim e está crescendo muito rápido para R$ 202 bilhões em 2018. Um aumento nesse gasto de R$ 50 bilhões representa o dobro dos R$ 25 bilhões de investimento [público] na economia”, disse o ministro.
Dyogo Oliveira classificou ainda o rombo previdenciário como “insustentável” e defendeu que a proposta seja votada com celeridade na Câmara. “Estamos conversando com as lideranças do Congresso e a nossa intenção e desejo é de que isso avance o mais rápido possível. Essa é a reforma mais importante para estabilização fiscal do país”, afirmou. As informações são de matéria do DCI.
O deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) destacou a importância da reforma da Previdência no país. Ele acredita que, para o texto ser aprovado, é necessário que os benefícios das medidas propostas sejam apresentados à população, para que os brasileiros entendam que as mudanças serão benéficas.
“Não tenha dúvida que a questão da Previdência precisa ser enfrentada”, afirmou. “Embora seja uma questão urgente, acho que o governo precisaria ter a tranquilidade, nesse instante, de buscar fazer um debate mais amplo com os segmentos da população, e mostrar o que de fato representa a reforma da Previdência, inclusive mostrando que o objetivo seria reduzir privilégios”, argumentou Betinho Gomes.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG) também salientou a importância da reforma para o equilíbrio previdenciário do país. Ele observa, no entanto, que alguns pontos ainda devem ser modificados antes que a matéria seja votada.
“A necessidade da reforma é inquestionável. A pergunta é como e qual a reforma que precisa ser feita. O modelo que o governo está colocando é equivocado. Agora, que é inevitável e necessário que se faça uma reforma o quanto antes, é indiscutível”, defendeu o tucano.