Brasília – Prevista inicialmente para ter suas obras concluídas em 2010, a Ferrovia Transnordestina só será finalizada, no mínimo, em 2016. Além do atraso, o projeto orçado inicialmente em R$ 5,4 bilhões já é estipulado em R$ 7,5 bilhões, excluindo-se os investimentos indiretos. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (4).
O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB-PB) avalia que os equívocos na construção da ferrovia fazem parte dos deslizes cometidos pelo governo federal no atendimento à população do Nordeste. O parlamentar recorda que a região passa por uma das maiores secas de sua história e que obras estruturais como a ferrovia e a Transposição do Rio São Francisco, apresentadas pela gestão petista como a solução para o desenvolvimento, não se efetivam.
“Em anos eleitorais, eles sempre mostram imagens bonitas para conquistar o eleitor, como se tudo estivesse funcionando. Na prática, são incapazes até mesmo de apresentar soluções paliativas, como os carros-pipa. Nem isso temos visto em quantidade suficiente”, declarou.
Para o tucano, os prejuízos decorrentes de falhas como as verificadas nas obras do São Francisco e da Transnordestina vão além de rombos econômicos e buracos no orçamento. “Estamos falando de obras que afetam a vida das pessoas. É algo que exige muita responsabilidade. Espero que os órgãos de controle estejam atentos e evitem mais problemas para a população nordestina”, disse.
O jornal relata ainda que o adiamento para 2016 é o terceiro registrado na Transnordestina. O prazo limite inicialmente apresentado foi 2010, último ano da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seguida, a conclusão foi prometida para 2014, quando a presidente Dilma Rousseff termina seu mandato. O governo alega que a necessidade de mais recursos e falhas procedimentais dos governos de Pernambuco e Ceará são os principais fatores para a lentidão.