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“Se todos acham que estamos vivendo uma crise, o pior ainda está por vir”, prevê Bruno Araújo

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Recife (PE) – Em debate, nesta sexta-feira (19), na Rádio Jornal do Commercio, sobre os efeitos da crise pela qual passa o Brasil, o presidente do PSDB de Pernambuco, deputado federal Bruno Araújo, previu que “o pior ainda está por vir”. No elenco de razões que sustentam seu prognóstico, o parlamentar se reporta ainda à campanha presidencial que reelegeu a presidente Dilma Rousseff, quando o discurso adotado pela petista se confirma, agora, como uma grande fraude eleitoral com consequências desastrosas para o país.

“Tivemos uma eleição presidencial em que a presidente pintava um Brasil como um céu, com controle de inflação,  combustíveis e energia baratos, e tudo que se dizia diferente disso era dos pessimistas da oposição. Hoje, explodiram os preços de tarifas de energia, de combustíveis, os juros, a inflação saiu do controle e a presidente tomou posse no dia primeiro desse ano e no dia seguinte começou a editar todas as medidas que ela atribuía eventualmente à oposição. Se todos acham que estamos vivendo uma crise o pior ainda estar por vir”, acredita o tucano.

Abaixo, trechos do debate mediado pelo radialista Geraldo Freire com a participação do coordenador de Conteúdo do Sistema Jornal do Commercio, jornalista Ivanildo Sampaio, e do presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Paulo Rubem Santiago.

O PIB desse ano cai a 1%, 1,5%. A presidente Dilma atrela isso a uma crise internacional que não existe. Os Estados Unidos crescem 3%, os países ricos idem, todos os países emergentes crescem 4,5%. E tem um dado mais elementar da percepção de que chegamos em algo grave: as pessoas reduziram a compra de alimentos. Quando se compra menos alimentos é porque a crise realmente bateu no bolso.

Nosso compromisso é com 2014, com as ideias defendidas em 2014. E nesse ano a presidente Dilma, num debate presidencial da TV Globo, disse que estava procurando os sindicatos para negociar o fator 85/90 e acabar com o fator previdenciário construído pelo PSDB. E foi o que votamos. Exatamente o que a presidente propôs e ela vetou. Nós temos o compromisso de defender o legado de Fernando Henrique, mas estamos em 2016. O tempo passou, os fatos sociais mudaram. O PSDB era a favor do fator previdenciário com o avanço da medida que aprovamos e a presidente vetou e está fazendo uma modulação que  ainda vamos discutir na bancada nosso posicionamento. Mas o PSDB defende as ideias de 2014 que foram defendidas pelo nosso candidato Aécio Neves.

Do domingo que terminou o segundo turno para cá, o Brasil perdeu um milhão de postos de empregos. A inflação estourou, taxas de juros são exponenciais, os investimentos cessaram, o Pronatec e o Fies – que eram a grande propaganda da presidente nos debates presidenciais – foram cortados pela metade. Ou seja, tudo indica que essa turbulência econômica ainda não entrou no saculejo. A coisa aponta para um período ainda muito mais duro.

Nós tivemos uma eleição presidencial em que a presidente pintava um Brasil como um céu, com controle de inflação,  combustíveis e energia baratos, e tudo que se dizia diferente disso era dos pessimistas da oposição. Hoje, explodiram os preços de tarifas de energia, de combustíveis, os juros, a inflação saiu do controle e a presidente tomou posse no dia primeiro desse ano e no dia seguinte começou a editar todas as medidas que ela atribuía eventualmente à oposição. Lançou um programa de privatização com quase 130 projetos dos quais 66 já constavam no programa anterior. Ou seja, as próprias concessões anunciadas lá atrás não avançaram. Ninguém fala mais em PAC, a presidente o enterrou porque o PAC não aconteceu. Em síntese, se todos acham que estamos vivendo uma crise o pior ainda estar por vir. 

Nós tivemos uma eleição sob a hégide da mentira que revelou um país dividido. É bom lembrar que no final do ano passado a presidente pediu ao Congresso para ser anistiada porque utilizou todo o dinheiro que tinha e ficou sem recursos para cumprir o superavit. Ela ia ser responsabilizada por crime de irresponsabilidade fiscal e pediu autorização para mudar a LDO. Então é uma sequência de irresponsabilidades que culmina com a decisão, esta semana, do Tribunal de Contas de mandar pela primeira vez um presidente da República ao Tribunal para explicar mais de 200 bilhões de operações que o TCU não credita como transparentes. O TCU acusou de ter sido driblado pelo governo federal do ponto de vista contábil, por se sentir lesado pela falta de transparência. Esse é o resultado de um país onde ao longo do ano passado a mentira imperou e o Brasil está pagando a conta.

Esse grande roubo causado na Petrobras é apenas a ponta do iceberg porque ainda não se chegou no BNDES, ao sistema Eletrobrás… O que  está acontecendo do ponto de vista de formação de Estado, do ponto de vista pedagógico, é muito importante para a formação das nossas culturas ética e política.

 

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