As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porta de entrada para estudantes de todo o país ingressarem na universidade, foram abertas na segunda-feira (8). A edição deste ano conta com uma série de novidades implementadas pelo Ministério da Educação (MEC), com destaque para a mudança no sistema de aplicação das provas. Antes, o Enem era realizado em um único final de semana, nas tardes de sábado e domingo. Agora, a avaliação será feita em dois finais de semana seguidos, com provas aos domingos. A alteração é resultado de uma consulta pública aberta pelo MEC com mais de 600 mil participantes.
Secretário Nacional de Mobilização da Juventude do PSDB, Ian Leal acredita que a mudança será benéfica por desgastar menos os estudantes, permitindo que haja um maior espaço de tempo entre as duas provas. “O Enem é uma prova complexa, longa, então o fato de colocarem as provas em duas semanas diferentes fica melhor para o aluno, porque ele consegue descansar e concatenar melhor as ideias”, argumentou o membro da Juventude tucana, que celebrou ainda o fato de a redação ter sido transferida para o primeiro dia de testes.
“Quem estudou e já fez o Enem sabe que para ir bem na redação precisa fazer citação, dominar alguns temas”, destacou. “Tendo a redação, que é a matéria mais pesada – tanto é que ela é corrigida à parte -, sendo feita no primeiro dia, o candidato vai vir com a mente fresca, com a mente mais tranquila. Isso vai beneficiar as pessoas e não vai se tornar uma prova maçante”, acrescentou o tucano.
Outra importante mudança feita pelo MEC é que o Enem não mais valerá como certificado de conclusão do ensino médio. A partir de agora, os adultos que não conseguiram seus diplomas de ensino médio deverão realizar o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Além disso, mais pessoas ficarão isentas de pagar a taxa de inscrição. Até a edição de 2016, não pagavam pelo exame somente os candidatos que cursavam o terceiro ano do ensino médio em escolas públicas. A partir de 2017, a isenção passará a englobar também quem tiver cadastro no CadÚnico.
Na avaliação de Ian Leal, a mudança nas regras para concessão de isenções tem seus prós e contras. “É positivo porque consegue atrair mais pessoas, dá mais oportunidade para as pessoas poderem concorrer a uma vaga na Universidade. Mas isso trouxe uma consequência, que foi o aumento da taxa de inscrição. Deveria haver um equilíbrio entre abrir [as isenções] e não penalizar quem paga”, alertou Leal. Neste ano, a taxa de inscrição é de R$ 82, contra R$ 68 do ano passado.
Fraudes e vazamentos
O secretário nacional de mobilização da JPSDB também acredita que a personalização das provas, outra importante mudança na edição deste ano do exame, deve inibir as tentativas de trapaças envolvendo a avaliação. Em edições anteriores, o vazamento dos exames se tornou uma prática rotineira. No novo modelo de aplicação, os cadernos terão o nome e o número de inscrição de cada candidato impressos. Antes, cada pessoa recebia cadernos divididos por cores.
“Acredito que vá diminuir agora essa questão dos vazamentos. Agora, as provas são personalizadas, elas já vêm com o nome do candidato, e isso mostra que vão ter algumas mudanças de ordenamento de questões entre as provas. Como a gente sabe, quem quer fazer maldade, vai fazer de qualquer forma, mas eu acredito que, com essa prova personalizada e individualizada, a gente dificulta mais ainda as chances de ter fraude”, avaliou.