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“Sem agenda e sem rumo”, por Antonio Anastasia

antonio anastasia foto Agencia SenadoO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana novos dados sobre a indústria brasileira. Em setembro deste ano, a linha de produção estava no mesmo patamar de abril de 2009, ano em que a indústria registrou o pior resultado da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal. Simplesmente, 16,3% abaixo do pico registrado pela indústria em junho de 2013.

Desde o ano passado, temos alertado para as consequências da falta de responsabilidade com que nossa economia tem sido conduzida. A despeito de toda a situação, dos números e da insatisfação popular, há – acreditem – os que insistem que está tudo certo. Que não há crise econômica. Que a pobreza está contornada. Que as “ações possíveis” já foram tomadas pelo Governo Federal.

Sem reconhecer a grave realidade, membros do Governo batem cabeças. Falta o mínimo de unidade. Sem qualquer coerência no discurso, conduzem o País à deriva. Sem planejamento e sem propostas, buscam agora fazer oposição à oposição. Querem, mais uma vez, com um discurso arrogante e demagógico, distorcer a verdade, culpando a oposição pela situação em que, sozinhos, sem discernimento e responsabilidade, colocaram o País. Continuam acusando de pessimistas aqueles que desejam, cobram e trabalham por um País melhor, mais desenvolvido, mais justo socialmente.

 

Não se pode cobrar da oposição uma postura de leniência com o desgoverno que impera. E, se o PT deseja um diálogo verdadeiro e republicano – diálogo a que se negaram nos últimos 13 anos –, que apresente uma agenda proficiente para País. Qual o caminho? Qual a direção? Qual o norte? Qual o rumo? Hoje nada disso existe.”

 

O Governo apresentou a peça orçamentária para o próximo ano, que ora está sendo apreciada pelo Congresso Nacional. Mas já sabemos que se trata de uma peça de ficção, que não será respeitada nem cumprida por absoluta falta planejamento. É por isso que mesmo que se crie a CPMF – e a oposição vai lutar contra –, vai se mostrar necessário criar outro imposto depois, e outro em seguida… porque não há governo. Os recursos são limitados e, na administração pública, temos de conviver com isso. O que existe é o que se tem. E é com o que temos que precisamos apresentar respostas às demandas sociais.

Uma gestão eficiente exige o mínimo de planejamento. Ninguém costuma sair de casa sem um destino, sem um caminho, como seres desorientados. Quando se vai levar um filho à escola cedo, por exemplo, o mínimo que se faz é colocar um despertador para acordar, preparar um café e fazer o trajeto até chegar no colégio na hora. O Governo não faz isso. Parece não acordar. Vive na utopia retrógrada do discurso que ninguém aguenta mais ler ou ouvir. Falta o despertador, a agenda, o destino e o trajeto. O dever de casa não está sendo feito.

Recentemente o senador Cristovam Buarque proferiu aqui no Senado uma frase muito verdadeira: “Pior que a crise é a decadência”. Carece o Brasil de sair logo dessa situação. E isso só será possível, primeiro, se o Governo, de fato, reconhecer a gravidade da crise em que nos inseriu. Depois, de maneira rápida e planejada, oferecer ao País uma proposição de reformas, com orientação e diretrizes bem definidas e metas concatenadas, para que possamos alcançar o desenvolvimento que todos almejamos. Do contrário, o que está ruim, infelizmente, vai piorar.

* Artigo do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) publicado neste domingo (08/11) no jornal Hoje em Dia

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