Em parecer enviado ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, o juiz federal Sergio Moro afirmou que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, “roubava para o partido” recursos desviados de contratos da Petrobras e empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. Reportagem do jornal Estado de S. Paulo desta terça-feira (11) afirmou que a declaração está no parecer enviado pelo juiz ao tribunal pela manutenção da prisão do petista.
Moro reafirmou ao tribunal o “papel central” do petista nos esquemas de desvios na Petrobras e cobrou ainda o ressarcimento dos recursos desviados.
“Considerando os casos já julgados, era ele o principal arrecadador de vantagens indevidas junto às empresas fornecedoras da Petrobrás para campanhas do Partido dos Trabalhadores”, escreveu o magistrado em seu parecer. Moro ressaltou também ser “importante esclarecer que não há prova material de enriquecimento ilícito de João Vaccari Neto, pois, considerando os casos já julgados, roubava ele para o partido e não para ele próprio”.
Segundo o jornal, o ex-tesoureiro foi liberado pelo tribunal em um dos processos no qual havia sido condenado, em primeira instância, a 15 anos de prisão. A defesa de Vaccari entrou com um pedido de liberdade negado posteriormente.
O petista já foi condenado em mais quatro ações e ainda é alvo de um mandado de prisão preventiva. O ex-tesoureiro foi sentenciado a penas de 9 anos (maio de 2016), de 6 anos e 8 meses (setembro de 2016), de 10 anos (fevereiro de 2017) e de 4 anos e 6 meses (junho de 2017).