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Serra: Brasil corre risco de repetir crise Argentina

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem, numa palestra a empresários de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, que, dependendo do resultado das eleições, o Brasil corre o risco de passar pelos mesmos problemas que a Argentina está vivendo.
— E esse risco não vem da extrema-esquerda, mas da inépcia que percorre toda a política brasileira. Inépcia que está presente na política brasileira em todos os seus atos – disse o candidato tucano.
Bem-humorado, Serra atribuiu ao presidente Fernando Henrique duas histórias que correm a seu respeito e que, segundo ele, não correspondem à realidade: a de que ele é hipocondríaco e a de que viu uma vaca pela primeira vez aos 50 anos.
— Isso tem me causado tanto problema que outro dia, em Uberaba (MG), me levaram em uma exposição agropecuária e foram me apresentar uma vaca. Me disseram: Olha, isso é uma vaca – contou, para risos dos presentes.

Serra propõe ministério para as exportações
Serra disse ainda que pretende aumentar as exportações, devendo criar o Ministério do Comércio Exterior, por considerar que a vulnerabilidade do país diminui quando as exportações são maiores.
O tucano disse ainda que não há pressa para a escolha do candidato a vice em sua chapa. De manhã, ele se reuniu em Brasília com o coordenador da campanha, deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG), o presidente do partido, José Aníbal, e o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), para discutir o impasse em torno da indicação.
– Queremos tirar esse assunto da pauta – disse Serra.
Diante do desgaste provocado pela impossibilidade de se chegar a um nome de consenso no PMDB, o comando da campanha pretende retardar a escolha do candidato a vice.
Serra esteve com Fernando Henrique, no Palácio da Alvorada, na noite de terça-feira passada. Na conversa, o presidente teria feito um relato ao tucano das queixas do PMDB sobre os vetos que vêm surgindo aos nomes do partido cotados para vice. Fernando Henrique também teria argumentado com Serra que nem sempre dá para se ter o que se quer. Nesse caso, segundo o presidente, o aconselhável seria ficar com o que se tem e fechar logo a aliança.
Mas ontem Serra confidenciou a aliados que o assunto ainda está em aberto e que todos os nomes estão no páreo.
Os tucanos estão tentando resolver logo os problemas regionais que a direção do PMDB vê como um obstáculo para aprovar a coligação na convenção de junho. Antes de encontrar-se com Serra, Aníbal reuniu-se em sua casa os tucanos do Acre e acertou a aliança com o PMDB.
O ex-senador Flaviano Melo, candidato do PMDB ao governo do Acre, foi à casa do tucano para fechar o acordo. Os candidatos ao Senado serão o senador Nabor Junior (PMDB) e o deputado Sérgio Barros (PSDB).
– Nós estamos caminhando para um grande entendimento – afirmou Nabor.
Em outros estados, o PMDB e o PSDB também prosseguem com as negociações. O senador Teotônio Vilela (AL) vai reunir os tucanos de seu estado na segunda-feira para discutir a retirada da candidatura de João Tenório.

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