Pernambuco – Em coletiva nesta terça-feira (2), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse que o ex-governador José Serra desempenhará o papel “que quiser” nas eleições de 2014, mas seguramente será “um papel de protagonista na história que começa a ser escrita agora pelo PSDB”. Para o dirigente tucano, o que importa é a unidade do partido que “mais do que nunca” ficou consolidada com a permanência de Serra na legenda.
Aécio reafirmou que as pretensões do PSDB são as de somente definir candidatura própria à Presidência da República no próximo ano. Em 2013, defendeu, é o momento de percorrer o País e José Serra cumprirá uma agenda nessa caminhada. O senador fez questão de esclarecer que o ex-governador não impôs qualquer condição para continuar no partido. Apenas “reconheceu que esta é sua casa onde ele tem inúmeros amigos”.
Veja íntegra da entrevista coletiva do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves:
Serra, as eleições e o PSDB
“A permanência de José Serra no PSDB vai ao encontro das nossas melhores expectativas. No PSDB, que é a casa do Serra, haverá sempre enorme espaço para que ele possa nos ajudar naquele que é o nosso grande objetivo: colocar fim a esse ciclo de governo do PT que tão mal vem fazendo hoje ao Brasil.
O nome de Serra estará sempre cogitado para qualquer postulação e a decisão dele, tomada ontem em uma conversa que tivemos, mais uma vez mostra a grandeza de homens públicos. Podemos até divergir sobre essa ou aquela questão, essa ou aquela abordagem, mas convergimos no que é essencial.
Queremos no Brasil um governo que privilegie a meritocracia, um governo que tenha do ponto de vista do comércio exterior relações que interessem efetivamente ao Brasil. Relações pragmáticas. Um governo que entregue aquilo que promete, que uma ética e eficiência. Eu, como presidente nacional do PSDB, em nome de todos os companheiros do PSDB, saúdo como uma grande vitória do partido e do nosso projeto oposicionista a presença e a permanência nos quadros do PSDB.”
Serra e a eleição de São Paulo
“Sem dúvida alguma. Principalmente em São Paulo, mas em todo o Brasil. Serra tem capital político e capital eleitoral, algo raríssimo hoje de se encontrar no Brasil. É uma história que honra a vida pública brasileira. Desde a luta pelas liberdades e pela democracia, na resistência, o tempo inteiro com absoluta coerência, nos cargos que ocupou sempre com extrema eficiência e correção. E vamos estar juntos. Aquilo que nossos adversários temiam aconteceu. Estaremos juntos, unidos, construindo um projeto comum em benefício do Brasil. Eu, pessoalmente, estou extremamente feliz. Acho que foi uma belíssima etapa que o PSDB venceu. A nossa unidade será o mais valioso instrumento que teremos para enfrentar e derrotar o atual governo.
Papel de Serra nas eleições
“O que ele quiser desempenhar. Até porque o PSDB definirá formalmente suas candidaturas no ano que vem. Não interessa a nós definirmos uma candidatura agora. Estaremos viajando juntos. Ele terá a sua agenda, eu terei a minha agenda, o fato concreto é que daqui por diante o PSDB, mais do que nunca, estará unido para vencermos as eleições e José Serra terá um papel de protagonista nesta história que começa agora a ser escrita de forma definitiva.”
Prévias
“Não se cogitou isso. Eu vou ser absolutamente claro. O governador e ex-ministro José Serra, não colocou nenhuma condicionante para ficar no PSDB. Não exigiu nem isso, nem aquilo, ao contrário, ele reconheceu que era esta a sua casa, uma casa que ele ajudou a construir ao longo dos últimos 25 anos, onde ele tem inúmeros amigos. Tenho certeza que o seu espaço estará garantido pela sua relevância pessoal e pelo respeito que todos temos por ele.”
Saída do PSB do governo Dilma
“Era um anúncio já feito alguns dias atrás pelo governador de Pernambuco. Uma posição que o PSB toma e deve ser respeitada. Vejo no governador de Pernambuco, um dos principais quadros do PSB, uma capacidade muito grande de perceber o futuro que está por vir. Não tenho dúvidas que em boa parte a saída do PSB do governo, é pela percepção que eles têm, e que não é diferente da nossa, de que esse ciclo de governo do PT caminha para se encerrar. Erraram muito na economia, colocaram em risco as principais conquistas que vieram do governo do PSDB. Do ponto de vista gerencial o governo é um fracasso, é uma decepção para todos os brasileiros. No que diz respeito aos indicadores sociais, o Pnad mostra que passamos, paramos na verdade de diminuir nossas diferenças sociais. Estamos com o analfabetismo voltando a crescer no Brasil. Portanto, um quadro que precisa ser encerrado. E acima de tudo, do ponto de vista ético, o governo do PT deixa uma péssima história durante esses últimos 11 anos.
Acho que o PSB percebeu isso e, obviamente, será, tenho certeza, mais um partido a propor algo novo para o Brasil e ele é muito bem vindo nesse campo oposicionista.”
* Com informações do PSDB nacional