O setor público consolidado (governo federal, INSS, Banco Central, estados e municípios e suas empresas estatais) registrou, em março, superávit primário (não inclui despesas com juros) de R$ 3,015 bilhões. O saldo positivo acumulado no ano atinge R$ 11,555 bilhões (3,84% do PIB), quase R$ 200 milhões a mais que a meta acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de R$ 11,4 bilhões para o trimestre.
Ao comentar relatório sobre o desempenho das contas públicas divulgado, hoje, pelo Banco Central, o Chefe do Departamento Econômico do Banco (Depec), Altamir Lopes, admitiu que o desempenho do trimestre só não foi melhor em função do déficit das empresas estatais federais, que acumula R$ 4,768 bilhões. Ele creditou o saldo negativo dessas empresas a investimentos feitos no início do ano e acredita que, já neste mês, os resultados se revertam, porque a maioria desses investimentos foi concretizado.
No superávit verificado em março, o Governo Central (Governo Federal, INSS e Banco Central) contribuiu com R$ 2,314 bilhões, os estados e municípios participaram com R$ 712 milhões, enquanto as empresas estatais foram deficitárias em R$ 11 milhões. No acumulado, nos últimos doze meses, encerrados em março, o superávit primário foi de R$ 40,195 bilhões (3,36% do PIB), em comparação a R$ 43,337 bilhões (3,66% do PIB) registrados em fevereiro.
De acordo com o relatório, as despesas com juros totalizaram R$ 7,139 bilhões em março, ante R$ 8,280 bilhões, em fevereiro. O Governo Central contribuiu com R$ 5,104 bilhões, os estados e municípios com R$ 2,012 bilhões e as empresas estatais com R$ 22 milhões. Nos últimos doze meses, findos em março, essas despesas situaram-se em R$ 92,075 bilhões (7,61% do PIB) contra R$ 89,253 bilhões (7,41% do PIB) no mês anterior. Com isso, as necessidades de financiamento do setor público chegaram a R$ 4,124 bilhões, em março. Nos últimos doze meses, essas necessidades acumularam R$ 51,880 bilhões (4,25% do PIB), em comparação a R$ 45,917 bilhões (3,76% do PIB), em fevereiro.
O documento do Banco Central também informa que a dívida pública alcançou, em março, R$ 680,7 bilhões (54,5% do PIB) em comparação com R$ 680 bilhões (54,7% do PIB), em fevereiro. O resultado, segundo o relatório, deve-se à elevação cambial registrada no período, que incidiu sobre o total das dívidas externa e interna indexadas ao dólar. No acordo com o FMI, a meta indicativa para a dívida, no trimestre, é de R$ 707,564 bilhões.