Brasília – Nesta quarta-feira (5), o revisor do processo do mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, vai concluir o seu voto sobre a acusação de gestão fraudulenta contra os quatro réus ligados ao Banco Rural. Dois deles – Kátia Rabello e José Roberto Salgado – já foram condenados pelo ministro na última segunda-feira por crime de gestão fraudulenta de instituição financeira.
O ministro-relator, Joaquim Barbosa, e Lewandowski estão de acordo que o Banco Rural fazia empréstimos de fachada. Foi o que disse o revisor durante o seu voto. “Inexiste no mercado instituição financeira que aja como o Banco Rural atuou. Os bancos não são instituições filantrópicas, mas cobram caro por taxas de serviços prestados e cobrando juros altos pelos empréstimos. Houve troca de favores entre os dirigentes do Banco Rural e Marcos Valério”, afirmou ainda o revisor do processo.
Segundo a procuradoria-geral da República, os dirigentes do banco cometeram o crime de gestão fraudulenta na concessão de empréstimos fictícios a empresas de Marcos Valério e ao PT para financiar o mensalão, e com a criação de artifícios para encobrir o caráter simulado das movimentações financeiras.
Na segunda-feira, Lewandowski preferiu deixar a avaliação das condutas dos executivos do banco, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane, para a sessão de hoje. Segundo ele, os votos são longos e vão demandar muito tempo para serem lidos. Dessa forma, é possível que a sessão de hoje seja destinada à leitura do voto do ministro-revisor. Se houver tempo, votam depois de Lewandowski os demais ministros, seguindo ordem de antiguidade na Corte, dos mais novos para os mais antigos.