O presidente da República, Jair Bolsonaro, deve decidir ainda nesta quinta-feira (14) sobre a proposta da reforma da previdência que será encaminhada ao Congresso Nacional. Os parlamentares das duas Casas estão ansiosos para conhecer o teor do projeto por completo. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) acredita que a reforma não enfrentará grandes resistências.
“O clima é favorável e existe uma conscientização de que a reforma é necessária e urgente. Isso eu digo que é 50% do caminho andado. Os detalhes vão vir aí, porque cada um tem uma opinião diferente. Não é um tema fácil em nenhum lugar do mundo. Isso já foi tabu, não é mais tabu”, disse o tucano em entrevista ao site Brazil Journal, que dedica suas publicações a empresas brasileiras, mercado financeiro, investimentos em ações, Bolsa de Valores, startups, empreendedorismo e tecnologia.
Tasso demonstrou otimismo ao falar de prazos para aprovação da matéria nas duas Casas. Para o senador, a proposta da reforma pode ter finalizada a sua votação até o fim do primeiro semestre.
“Eu diria que existe, com quem eu converso, (uma vontade) de terminar esta novela antes do (fim do) primeiro semestre. O ideal é que se terminasse esta novela antes do fim do primeiro semestre e a gente começasse a tratar de outros temas importantes que vão vir por aí”, pontuou.
Questionado pelo Brazil Journal sobre a composição das comissões permanentes do Senado, Jereissati contou porque não quis ficar na presidência de nenhuma delas nesta legislatura que se inicia.
“Tem muita gente nova aqui, boa parte chegando com muita sede de participar de tudo, de ser protagonista, de mostrar serviço. O que é louvável. E a gente precisa de um pouco de comedimento para dar espaço para todo mundo, até pela experiência. Eu já fui governador, senador, então é preciso dar um pouco de espaço que naturalmente outras coisas vão aparecer pra gente fazer”, disse.
Respeitado pela sua experiência e capacidade de articulação, Tasso, possivelmente, assumirá o comando da comissão especial que acompanhará as discussões da reforma tributária na Câmara. Foi um convite de Alcolumbre com vistas a agilizar os debates no Senado. “Há uma consciência da urgência bastante nítida aqui no Senado”, frisou o senador cearense que esteve à frente da poderosa Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) até o final da legislatura passada.
A atuação do tucano foi fundamental para a eleição de Davi Alcolumbre (DEM/AP) à presidência do Senado. Jereissati tornou-se um dos principais conselheiros do senador de primeiro mandato. A derrota de Renan Calheiros teve as digitais de Tasso, que polarizou a disputa com o alagoano até abrir mão da própria candidatura para apoiar Alcolumbre, em nome da renovação.
Desde a primeira semana de retomada dos trabalhos no Congresso, o 14º andar do Senado, que abriga o gabinete de Tasso Jereissati, tem abrigo de encontros e almoços entre senadores de vários partidos. O senador cearense trabalha pelo equilíbrio e debate de um jeito diferente de assuntos importantes para o país.
“Eu chamo carinhosamente de “almoço dos anciões”. São senadores de vários partidos, grupo que pode crescer, e a ideia é fazer um diálogo entre a turma que tem mais experiência, mais moderada e que tem uma posição bastante clara de dialogar, com o presidente do Senado, para ser um ponto de apoio em situações críticas de mais exaltação”, contou.
Tasso também adiantou a ideia do novo presidente do Senado de renovar a estrutura administrativa da Casa e o regimento interno.
“O presidente Davi também trouxe uma proposta de reforma do regimento, que é muito antigo e tem muitos pontos ultrapassados. O Davi vai promover isso na estrutura administrativa do Senado”.
*Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado/Reportagem Shirley Loiola, com informações do site Brazil Journal