O primeiro dia do seminário “O papel da mulher na democracia: desafios e oportunidades nas eleições de 2018”, realizado na quinta-feira (26), foi marcado pelo clima de entusiasmo das participantes. Mais de 60 tucanas compareceram ao auditório do Hotel Radisson, em Recife, para se prepararem para a disputa eleitoral deste ano. A capacitação foi promovida pelo PSDB-Mulher em parceria com a Fundação Konrad Adenauer (KAS) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV).
A representante da KAS Brasil, Franziska Hübner, abriu o evento parabenizando o PSDB Mulher pela iniciativa e enfatizando que o fenômeno da sub-representação feminina “não é um problema nacional e sim global”. Em seguida, a presidente nacional do PSDB Mulher, Yeda Crusius, deu boas-vindas às participantes e concedeu a palavra a lideranças locais como a presidente do segmento em Pernambuco, Terezinha Nunes, a prefeita de Lagoa do Carro, Judite Botafogo, e o deputado federal Betinho Gomes.
Autora do projeto de lei que aumenta o número de mulheres no comando dos cargos de direção na administração pública, Terezinha Nunes falou da grande luta que as mulheres ainda enfrentam na busca de mais espaço nesse ambiente. “Essa é uma grande luta porque os homens já se organizam contra o projeto. Mas a gente está convocando todos os movimentos de mulheres para que nos fortaleça nessa batalha”, informou.
Terezinha ilustrou a baixa representatividade feminina em cargos de direção com a realidade de Pernambuco. “Aqui nós temos 21 secretários de Estado e só uma mulher. Na secretaria da Mulher, porque eles não conseguiram colocar um homem. E nós sabemos que há muitas mulheres se capacitando, até porque nos concursos públicos as mulheres estão conquistando cada vez mais seus percentuais. Até os anos 80, elas não tinham direito a participar de concurso de juiz. De lá para cá, já estão com 35% das vagas de juiz em Pernambuco. As mulheres estão ganhando seus espaços”, comemorou.
Há 20 anos filiada ao PSDB, a prefeita de Lagoa do Carro, Judite Botafogo, destacou a conquista do PSDB Mulher de ter se tornado “uma referência, dentre os outros partido, de instrumento organizado em defesa das políticas públicas, das políticas de gênero, e sobretudo em defesa das mulheres”.
“Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história porque vejo mulheres empenhadas, engajadas, entusiasmadas, ousadas sobretudo. Para estar na política é preciso ter coragem, é preciso ter determinação, e não ter medo de dar passos largos. Se não lutarmos pelos espaços que nos competem, ninguém vai nos oferecer. Disputar uma eleição exige uma série de esforço”, disse.
A tucana também citou a realidade de Pernambuco como um exemplo da baixa representatividade feminina na política. Dos 184 municípios do estado, apenas 26 são governados por mulheres. Para cada 10 vereadores, a média é de duas mulheres nas Câmaras Municipais.
“É preciso que a gente desperte para isso. Estar à frente de uma gestão pública é garantir espaço para que outras mulheres participem. Estou à frente de uma prefeitura pequena, de uma cidade de 20 mil habitantes, uma prefeitura com apenas 9 secretarias, das quais 6 são ocupadas por mulheres. E não foi por agrado, mas porque encontramos mulheres com capacidade para estarem ali”.