Brasília – A Polícia Federal deflagrou na manhã dessa quinta-feira (5) a 9ª fase da Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção da Petrobras.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (foto), foi intimado pela Polícia Federal a depor para explicar as doações recebidas pelo partido por empresas envolvidas no esquema.
“Nós queremos saber informações a respeito de doações que ele solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos com a Petrobras. Esse é o motivo pelo qual ele está sendo ouvido no momento”, informou ao UOL o procurador-regional da República em São Paulo, Carlos Fernando dos Santos Lima.
Vaccari foi submetido a uma condução coercitiva, que ocorre quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, mas é liberada em seguida.
Para o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a nova etapa da Lava Jato “traz mais do que indícios, e sim materializa provas” sobre as denúncias de corrupção. “A situação eleva a responsabilização da direção do PT e, muito provavelmente, da presidente da República sobre o que estamos vendo”, afirmou.
O tucano lembrou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mencionou que ainda neste mês de fevereiro pode ser aberto o inquérito contra os envolvidos nas denúncias que possuem foro privilegiado, como deputados federais e senadores. “Aí caberá à Justiça fazer o seu papel”, disse.
A nova fase da Lava Jato foi chamada pela Polícia Federal de “My Way”, em referência ao apelido pelo qual o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco chamava o ex-diretor da estatal Renato Duque.
Denúncias recorrentes – O possível envolvimento de Vaccari com o esquema descoberto pela Lava Jato é citado desde o ano passado. O doleiro Alberto Yousseff falou à PF que Vaccari, para o PT, a operava a propina que membros de empreiteiras pagavam para fechar negócios com a Petrobras.
Em dezembro, reportagem da TV Globo relatou que uma cunhada de Vaccari aparecia como destinatária de uma propina negociada entre Yousseff e a empreiteira OAS.
Antonio Imbassahy lamentou o fato de que, mesmo com a consistência das denúncias contra o tesoureiro do PT, a presidente Dilma Rousseff o tenha mantido como membro do conselho de administração da Petrobras. “Isso revela o grau de comprometimento entre eles”, falou.