O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), classificou a carta que a presidente afastada Dilma Rousseff divulgou nesta terça-feira (16), no Palácio da Alvorada, como frágil em termos jurídicos e políticos. No texto, batizado de “Mensagem ao Senado e ao povo brasileiro”, Dilma propôs a realização de um plebiscito para consultar a população sobre uma eventual antecipação das eleições presidenciais de 2018. Sua intenção é buscar apoio, no julgamento final do processo de impeachment, de senadores que ainda estão indecisos.
“Para novas eleições, teria que ter uma decisão do Supremo (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral. O fato que chama a atenção é uma carta frágil politicamente e inexistente juridicamente de alguém que teve todas as chances de dialogar com o povo brasileiro, com o Congresso Nacional e não o fez. E agora vem com uma proposta de diálogo completamente fora de prazo e fora de qualquer propósito. O que o Senado Federal fará é dar sequência ao julgamento e puni-la exemplarmente pelos crimes de responsabilidade praticados e condenará a presidente da Dilma ao afastamento definitivo da presidência”, declarou o líder do PSDB.
Dilma culpou o Legislativo por não ter conseguido, durante seu segundo mandato, aprovar medidas econômicas necessárias para a retomada do crescimento do país. Na carta, ela pede aos senadores que não cometam o que ela classificou de uma injustiça. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirma que injustiça foi o que a presidente afastada cometeu contra os brasileiros ao provocar as crises econômica e social por irresponsabilidade na condução das contas públicas.
“Injustiçado foi o povo brasileiro que foi fortemente atingido por todas essas iniciativas, por todos esses equívocos da presidente nos últimos anos. Foi uma manifestação patética, de quem tenta justificar o injustificável”, afirmou o parlamentar. Para Ferraço, a carta de Dilma não irá influenciar no julgamento no Senado, que começará no dia 25 de agosto.