A base aliada tenta ser otimista quanto à tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. No entanto, integrantes do governo acreditam que sofrerão mais uma derrota. Em encontro a portas fechadas promovido na liderança do governo no Senado, na última segunda, os participantes reconheceram que a situação da presidente é, nas palavras de um deles, “muito difícil”, mas não “irreversível”, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A tática dos governistas é tentar adiar ao máximo alguns trâmites do processo. O senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) caracterizou a atitude como ato desesperado.
“Esse governo do PT destruiu a moral do povo brasileiro, a nossa credibilidade, a nossa economia. E agora quer ainda por cima procrastinar esse processo de impeachment dentro do Senado Federal. Mas, eles não vão conseguir. É lamentável. Eles estão contando ultimamente o mês, dia e hora para permanecer no poder. A fome desse governo desastroso e criminoso é tão grande por poder que, se eles tiverem um minuto a mais sentados na cadeira, eles irão lutar por esse um minuto”, declarou.
Na manhã desta terça, os líderes governistas afirmaram que não indicariam os nomes à comissão esta semana. No entanto, o presidente da Casa, Renan Calheiros, deu um prazo de 48 horas para que sejam apresentados os integrantes do colegiado. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou a atitude e disse que o Brasil não pode mais ficar parado devido a crise política.
“O Brasil não pode mais pagar o preço da crise com a omissão do Senado ou pelo menos com a tentativa de obstacular o inicio do processo de impeachment como tem feito o Partido dos Trabalhadores”, afirmou Cássio.
Após a instalação e eleição da comissão especial do impeachment, o relator terá até 10 dias para apresentar o parecer. Se o Plenário decidir pela continuidade do processo, levará ao afastamento imediato de Dilma do Planalto por até 180 dias.