Deputados do PSDB repudiaram as falsas acusações da oposição sobre a existência de um acordo em votações do Congresso nesta semana. Em entrevista ao “Jornal Hoje”, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), afirmou que jamais houve qualquer tipo de conversa nesse sentido. “Os deputados são independentes e criteriosos na votação, e não houve nenhum tipo de acordo nesse sentido”, disse.
Parlamentares de oposição ventilaram uma suposta relação entre a aprovação do parecer pelo arquivamento da denúncia contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça e a retomada do mandato do senador Aécio Neves.
Na ocasião em que encaminhou, na CCJ, o voto da bancada do PSDB em favor do prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) foi firme ao refutar o que chamou de “ilações”, segundo ele proferidas principalmente por integrantes do PT e do PSOL, de suposto acordo com o governo.
“O PT e aliados são mestres em apontar o dedo aos outros. Mas a profunda crise econômica que vive o Brasil hoje não pode ser de responsabilidade desse governo. Mas de quem esteve à frente do país por 13 anos, de quem afundou as estatais, de quem quebrou os fundos de pensão, de quem fez do BNDES um maná para empresários se locupletarem do dinheiro público”, acusou o tucano.
E prosseguiu: “Na medida em que a PGR afirma, na denúncia que analisamos, que há um grande esquema montado no país sob à liderança do PT, do qual o PMDB se beneficiou, o Partidos dos Trabalhadores também está envolvido na denúncia. É preciso deixar claro essa relação. Não pagarei conta alguma. Votarei contra o relatório do deputado Bonifácio de Andrada, assim como votará a maioria da bancada, respeitando os que divergem de nós. Mais do que deputado, estou aqui como cidadão, que deseja que a investigação prossiga para esclarecer os fatos. Não vamos admitir que aqui será paga uma conta do que foi feito no Senado”.
A acusação foi feita na CCJ de forma irresponsável e maldosa, afirmou o deputado Rocha (AC). “Plantaram a mentira para tirar proveitos políticos. O PSDB respondeu na CCJ e a mentira caiu por terra”, declarou o tucano.
Na avaliação de Rocha, a classe política entrou em descrédito por conta da prática reiterada de usar a mentira como carro-chefe. Ele destaca que, na denúncia, o ex-procurador geral Rodrigo Janot data o início da organização criminosa em 2006. O momento da criação teria sido no episódio do mensalão. Rocha destaca que Janot já fez referência ao ex-presidente Lula como chefe da organização criminosa.
Em nota oficial, o PSDB afirmou que a posição da bancada no Senado durante a votação das medidas cautelares aplicadas pela Primeira Turma do STF contra o senador Aécio Neves “deve-se única e exclusivamente à convicção de que todo e qualquer cidadão tem direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios básicos do Estado Democrático de Direito”.
* Do PSDB na Câmara e PSDB-PE