Do Recife (PE) – A dona de casa Lúcia Pacífico (foto), presidente do Movimento das Donas de Casas e Consumidores de Minas Gerais, em Belo Horizonte, traduz o sentimento do brasileiro quando o Plano Real chegou para mudar a conta caseira há 20 anos.
“Antes do Real, não dava para guardar o preço de um produto”, lembra Lúcia, em entrevista ao jornal O Globo desta quarta-feira (02).
Segundo relata o jornal, Lúcia continua danto expediente no Movimento das Donas de Casas, mesmo após a conquista da sonhada estabilidade econômica graças ao Plano Real, arquitetado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em 20 anos de Real – completados nesta terça (01) -, o relato da dona de casa Lúcia Pacífico é a palavra que determina a grandeza de um plano econômico que livrou o país da herança da hiperinflação, apesar das recentes ameaças.
Leia trechos da entrevista da dona de casa Lúcia Pacífico destacados pelo site PSDB-PE:
“Víviamos uma das piores crises econômica do País (antes do Real). Houve perda do poder de compra e da qualidade de vida. Os preços eram remarcados duas, três vezes por dia na cara da gente. E isso afeta a vida familiar. Era o marido perguntando o que a gente fez com o dinheiro, os filhos pedindo as coisas e a gente não podia dar. Até hoje tenho trauma das máquinas remarcadoras”.
“O negócio era a sobrevivência. Éramos sentinelas da economia fazendo um trabalho de formiguinha”.
“O Real trouxe tranquilidade. Antes não dava nem para guardar o preço de um produto, pois de manhã era um e de tarde já podia ser outro”.
“A pesquisa de preço não pode sair da cabeça do consumidor, mas a qualidade também não. Outra coisa que não se pode esquecer é de pechinchar, principalmente comprando à vista”.
“O saldo de 1º de julho de 1994 (ano que surgiu o Real) é muito positivo. Mas os problemas dos consumidores não acabaram. Hoje o crédito fácil leva ao endividamento. As pessoas costumam pensar na prestação e esquecem de ver o valor total do produto, e gastam o que não ganham”.
“Hoje a inflação está meio camuflada. Pedimos as donas de casas que observem qual foi o aumento do supermercado do seu bairro na semana. Estamos numa zona perigosa. Já temos relatos de pessoas que estão tirando produtos do carrinho, pois o dinheiro não dá mais para adquirir a mesma quantidade de itens”.