Os organizadores do protesto do dia 24 de maio, em Brasília, que deixou prédios da Esplanada dos Ministérios depredados, foram cobrados a pagar R$ 1,6 milhão pelos danos. A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com ação na Justiça para exigir das centrais sindicais e dos movimentos sociais o ressarcimento pelos prejuízos ao Ministério da Agricultura, o principal atingido durante o protesto, onde manifestantes tocaram fogo.
O pedido inclui R$ 1,1 milhão de estragos na estrutura física e R$ 530 mil correspondentes a um dia de remuneração dos servidores públicos que tiveram de parar as atividades para evacuar o prédio durante o ato político.
Segundo a AGU, a depredação começou após um grupo tentar romper a barreira de proteção da Polícia Militar para acessar o Congresso Nacional. A Advocacia-Geral da União afirma que o fato de não conseguir identificar os manifestantes responsáveis pelos estragos – porque usavam máscaras ou camisetas cobrindo o rosto -, não justifica a isenção de culpa dos organizadores do protesto.
Para o deputado federal Caio Narcio, (PSDB-MG), os responsáveis devem ser notificados para não gerar a sensação de impunidade no país. “As responsabilidades têm que ser direcionadas e punidos os devidos responsáveis pelos fatos. Assim que funciona a democracia. Senão, nós vamos ter uma sociedade só com direitos e sem nenhum dever. Aí a impunidade que prospera também pode deixar um sentimento na sociedade que qualquer um pode fazer qualquer coisa, a qualquer custo, e sair impune de qualquer ato.”
A estimativa é de que o estrago total seja de R$ 5 milhões. O caso será apreciado pela Justiça Federal, no Distrito Federal. No Ministério do Planejamento, as depredações foram calculadas em R$ 300 mil. Ao todo, 49 pessoas foram feridas e 8 detidas. Caio Narcio ressalta a manifestação como direito do cidadão. No entanto, cita os atos de violência como crimes de alta gravidade.
“A democracia prevê que as pessoas tenham liberdade de expressão. Que se expressem contra o governo, que se expressem contra uma medida, que se expressem contra um movimento, ou até mesmo a favor. O problema é que, quando esse limite da liberdade de expressão extravasa e extrapola o ponto de vista democrático, e começa a infringir e colocar em risco a vida de outras pessoas, já não é mais uma manifestação legítima da democracia. É crime grave e que deve ser tratado como tal.”