Brasília – Exatamente uma semana após a presidente Dilma Rousseff anunciar, em rede nacional, a desoneração dos impostos que incidem sobre os produtos que compõem a cesta – proposta defendida pelo PSDB, apresentada em setembro do ano passado, vetada pelo executivo – o valor da cesta básica teve aumento de 0,55% na comparação entre as útimas duas semanas. O preço dos itens passou de R$ 384,58 para R$ 386,71 na cidade de São Paulo, alta constatada em pesquisa da Fundação Procon, em parceria com o Dieese. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15), no jornal O Globo.
“O governo quis dar uma resposta à sociedade em um momento de crise. Mas agiu, como é rotineiro, de maneira atabalhoada, sem planejamento, sem conversar com os produtores e comerciantes. Com este contexto, fica difícil obter resultados”, afirmou o tucano Dudimar Paxiúba (PA). E argumentou: o aumento dos preços resulta da falta de planejamento do executivo e da inexistência de políticas adequadas para o controle dos preços.
Para o parlamentar, o governo sabe que errou ao vetar a proposta do PSDB. “Quem arcou com isso foi a população, que teve que pagar mais caro pela alimentação ao longo desses meses. É um governo que erra até quando tenta acertar”, declarou.
Já o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) defende que a presidente expanda a política de desoneração para outros setores da economia. “Um projeto que traria muitas vantagens à população seria a redução de impostos em toda a cadeia produtiva. Reduzir, por exemplo, as alíquotas de PIS e Cofins [tributos federais] em todos os produtos. Mas é difícil esperar isso de um governo que está perdido e não tem planejamento. Na situação atual, devemos ter a continuidade dos preços altos e de um crescimento pífio”, presumiu.