Pernambuco – Durante audiência pública nesta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa, para debater o corte das áreas beneficiadas pelo Canal do Sertão de Pernambuco, feito pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o vice-prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho (PSDB), informou que, em quase 13 anos de governo do PT, não foi irrigado um único hectare de terra no Sertão do Estado.
“Como é que os índices de popularidade da presidente Dilma e do governador Eduardo Campos são tão altos se eles não fazem nada pela região? Nós vamos eternizar Lula apenas pelo Bolsa Família e por outras migalhas? A irrigação andou no governo Fernando Henrique porque havia lideranças que priorizavam projetos no orçamento. Agora, nesse governo, inventaram uma tal de PPP (Parceria Público-Privada) que o governo da Bahia não aceitou e o projeto Salitre (irrigação) está aí, avançando”, comparou Guilherme.
Para uma plateia formada por prefeitos, vereadores e deputados representantes de municípios da região do São Francisco, o vice-prefeito conclamou todos a “não se calarem, não se amofinarem, sob o risco de que o movimento em defesa do projeto original do Canal do Sertão de Pernambuco comece manco, sem força”.
Guilherme Coelho lembrou que tanto o governador Eduardo Campos (PSB) quanto o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra eram “há anos eram aliados do ex-presidente Lula e da presidente Dilma”. “E o que eles fizeram para impedir que o Canal do Sertão fosse reduzido? Faltou, no mínimo, vigilância”, cobrou.
A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) também participou da audiência pública. A tucana lembrou que o governo de Pernambuco tem o Canal do Sertão de Pernambuco assegurado em documento assinado pelos então presidente Lula e o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) que só cedeu à obra da Transposição do São Francisco porque a União deu o Canal do Sertão como contrapartida.
“Esse Canal é um direito de Pernambuco. E o governo do Estado tem de exigir que ele seja construído. Não dá para aceitá-lo pela metade. Os prefeitos precisam se mobilizar porque quando isso ocorre, Brasília escuta. Nós estamos perdendo essa luta dentro dos gabinetes mas podemos ganha-la nas ruas”, conclamou a deputada.
A ausência do ex-ministro Fernando Bezerra, assim como a de um representante do Ministério da Integração, foi bastante criticada pelos presentes, inclusive pelo presidente da Comissão Especial da Seca, deputado Raimundo Pimentel, autor da proposta de audiência pública.
Ficou acertado que um abaixo-assinado será subscrito pelos 49 deputados estaduais e pelos prefeitos da região do São Francisco para ser encaminhado ao governo Dilma e aos três senadores pernambucanos, solicitanto que o projeto original do Canal do Sertão de Pernambuco seja restabelecido. Além disso, uma assembleia itinerante será realizada no São Francisco para mobilizar a população da região.
O projeto do Canal do Sertão de Pernambuco tem origem numa proposição do ex-deputado Oswaldo Coelho. Contemplava 17 municípios do sertão, irrigando uma área de 139 mil hectares, que foi reduzida para 40 mil hectares pelo governo Dilma.