É possível uma mulher alfabetizar prisioneiros dentro de uma cadeia? Em Quixadá, no Sertão Central, isso está sendo feito. A Vereadora Maria Irisdalva de Almeida (PSDB), também professora universitária, iniciou projeto em maio de 2001 com a inauguração de uma sala de aula na cadeia pública local.
O referido projeto vem de uma parceria entre a Secretaria de Justiça e a Secretaria da Educação do Estado. A pedagoga desenvolve o papel de orientadora educacional do presídio na alfabetização de 52 detentos matriculados. As aulas acontecem de segunda à sexta-feira. Para cada 03 dias de aula assistida, o detento tem um dia de redução da pena.
Esse trabalho começou no ano passado, mas há 8 anos que a Vereadora Maria Irisdalva vem acompanhando os detentos, realizando ação voluntária com a Comissão de Apoio à Penitenciária, verificando a carência de alimentos e outras necessidades.
Maria irisvalda passou a conhecer de perto os problemas vividos de perto pelos presidiários. Enfatiza ser um trabalho de ressocialização dos presos. Explicou que está dentro da cadeia com os presos pode ser um bicho de sete cabeças para muita gente. Para ela isso não existe. É bem tratada, é respeitada por todos e pretende manter essa atividade ainda por muito tempo. Maria Irisdalva disse que em 2000 foi feito convênio entre as secretarias de Justiça e de Educação do estado. Passou então a ministrar educação de jovens e adultos na cadeia local, com apoio da Coordenadora Educacional do Sistema Penal, Jovita Alves Feitosa.
Como teve esse apoio para iniciar, decidiu que a sala de aula dentro da cadeia receberia o nome da coordenadora. A sala foi construída a pedido da vereadora. Recebeu total apoio do Superintendente do Sistema Penal do Estado, José Bento Laurindo de Araújo, que acreditou no projeto também respaldado pela Secretária de Justiça Sandra Dond, que liberou a verba para construção da sala de aula da cadeia.
O Crede 12 entrou com o apoio de fornecimento de material, como cadernos, carteiras e também capacitação. A vereadora destaca que esse apoio da educação tem sido de fundamental importância para manter o projeto vivo. Além da educação, Maria Irisdalva leva médicos para fazer palestras sobre drogas e DST/Aids, encaminha as pessoas que estão precisando dos serviços médicos e também para dentistas. Ressalta o apoio que tem da Prefeitura Municipal, da Justiça local e da Polícia Militar para poder realizar o trabalho.
O projeto de ensino de alfabetização de adultos na cadeia publica, além de ressocializar e busca nova vida para quem pretende se recuperar, mostra também um outro aspecto positivo para os próprios detentos. Para cada 3 dias de aula assistidas, o preso tem um dia de redução da pena. “Representa mais um estímulo para essas pessoas que precisam de mais uma chance”, disse Maria Irisdalva de Almeida.