Brasília (DF) – A divulgação do Atlas da Violência 2017, estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), trouxe aos holofotes dados alarmantes. O levantamento, que mapeou as taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015, revelou que as mortes violentas aumentaram 10,6% no período. Em 2015, o país chegou a uma taxa de homicídios de 28,9 a cada 100 mil habitantes. As informações são de reportagem publicada nesta segunda-feira (05) pelo portal G1.
Os altos índices de homicídio, especialmente entre jovens e negros, também evidenciam a disparidade da violência nos municípios brasileiros. De acordo com a pesquisa, em 2015, apenas 111 municípios, que correspondem a 2% do número total de municípios do país, responderam por metade dos assassinatos registrados. O Ipea fez ainda uma comparação assustadora: em três semanas no Brasil, são assassinadas “mais pessoas do que o total de mortos em todos os ataques terroristas no mundo nos cinco primeiros meses de 2017, que envolveram 498 atentados, resultando em 3.314 vítimas fatais”.
Para o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), a falta de investimentos em políticas públicas e na própria segurança pública, ao longo dos dez anos retratados pelo estudo, explicam o aumento vertiginoso dos índices de violência.
“Falta investimentos. A crise econômica agrava a situação das pessoas, aumenta a violência, e com a violência vai aumentando também a questão do homicídio. O investimento, quando se fala na educação, no esporte, na cultura, tudo isso são ferramentas para evitar que as pessoas caiam na criminalidade”, disse o tucano.
“Muitos desses crimes são resultado de drogas, tráfico, e isso é uma decorrência de uma sociedade que é mal organizada, que não tem estudo, que não tem acesso à cultura, que não tem acesso a esportes, que não tem uma formação de família bem estruturada para poder colocar as pessoas. Com o agravamento da crise econômica, começa também a faltar oportunidades. Quando falta emprego, quando as pessoas não têm chances ou perspectivas, elas acabam indo pelo caminho da criminalidade, o que aumenta os índices de homicídio”, explicou.
Além da necessidade de políticas sociais que estimulem o desenvolvimento dos brasileiros, o parlamentar apontou a contínua escassez de recursos destinados à segurança pública como um dos fatores que contribuíram para o aumento da violência no país.
“A falta de policiamento e inteligência muitas vezes agrava a situação, porque deixa as pessoas em uma situação crítica de não terem ambiente para poder defender a população dessa ameaça, que fica maior do que as condições do próprio Estado de se defender. Aí vem a falta de investimentos em segurança, o sucateamento da segurança nos estados, os equipamentos ruins de uma polícia também, por vezes, não só não preparada, mas também com contingentes muito abaixo da possibilidade e das necessidades do país”, listou Caio Nárcio.
“Esses vários índices são decorrentes da falta de uma política que olhasse com atenção para essa questão do aumento dos homicídios, o que leva a gente a crer que, nesse aspecto, o Brasil vai de mal a pior”, completou o deputado.
Leia AQUI a reportagem do portal G1.