As notícias desencontradas que chegavam a todo instante na segunda metade da manhã desta fatídica quarta-feira (13) alimentavam a esperança de que se o acidente com a aeronave em Santos (SP) realmente envolvia Eduardo Campos, nada de trágico havia acontecido.
Na verdade, eu me recusava a acreditar e chegava a me aborrecer quando alguém trazia uma informação mais conclusiva apontando para a prematura morte do ex-governador de Pernambuco.
A confirmação, transmitida com respeitoso pesar pelos jornalistas, foi um duro golpe que consternou os pernambucanos e os brasileiros.
Estou muito triste e abalado e se insisto em escrever este artigo por entender que nesse momento de dor aguda em especial para os familiares e amigos, algumas palavras confortam até mesmo a quem as pronúncia ou escreve.
Perdi um amigo e o Brasil um brilhante líder político que, tão cheio de vida e de ideais, lutava para contribuir mais para um País melhor e mais justo.
Depois de sete anos e quatro meses de uma administração que impulsionou Pernambuco, visionário, Eduardo sentiu que chegava a hora de dar um passo ainda maior.
O neto do legendário Miguel Arraes sabia que poderia ir ainda mais longe do que aquele que ainda hoje é considerado o maior líder político de Pernambuco. E mirou no Palácio do Planalto.
E mesmo aparecendo sempre como terceira força nas pesquisas de intenção de votos, em nenhum momento teve seu nome colocado fora da disputa pelos analistas políticos de todo o Brasil.
A possibilidade de trocar o Palácio de Campo das Princesas – que conheceu ainda criança e no qual despachou como secretário e depois como governador – pelo Palácio do Planalto era possível sim.
E essa possibilidade era confortante para aqueles que como eu estão na oposição e acreditam na construção de uma alternativa diferente para o País. Filiado ao PSDB que oferece ao Brasil a candidatura do senador mineiro Aécio Neves, que como como Eduardo, além de ter grande brilho próprio é herdeiro político de outro grande brasileiro, Tancredo Neves, via na sua candidatura a certeza da vitória das posições.
Eduardo deixa a cena política mas a sua luta não se extingue. Seu legado é muito grande. Suas idéias para um Brasil melhor continuam vivas. Viva Eduardo Campos.
*Elias Gomes (PSDB-PE) é prefeito de Jaboatão dos Guararapes