Campo Grande (MS) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou de encontro nesta sexta-feira (6) com cerca de 400 representantes do agronegócio, na Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul). O pré-candidato do partido à Presidência da República defendeu uma parceria intensa entre o setor público e o agronegócio e criticou as falhas do PT na condução da economia.
Aécio disse que, entre os pré-candidatos à Presidência da República, é o mais identificado com o agronegócio. “Não fosse o setor, o Brasil teria um crescimento negativo em sua economia”, disse o senador, lembrando que o governo petista fez com que a produção industrial brasileira voltasse a patamares próximos aos dos anos 1950.
O senador afirmou ainda que o setor é um dos que mais sofre com as falhas estruturais do país. “Costumo dizer que, da porteira para dentro, não existe local com mais produtividade do que o Brasil. O problema aparece da porteira para fora. É aí que o governo federal precisa ser parceiro”, disse.
Para Aécio, o abandono dos projetos para o etanol é um dos maiores equívocos da gestão petista. Segundo o senador, o Brasil “foi na contramão” do mercado mundial, ao abrir mão de um combustível verde e voltar a apostar nos de matriz fóssil, mais poluentes.
A política externa do governo federal foi também contestada pelo tucano. Aécio lembrou que, ao longo do governo do PT, o Brasil firmou somente três acordos internacionais, com Egito, Israel e Palestina: “muito pouco perto do potencial do país”.
Os equívocos nas relações exteriores, para o senador, explicam também parte dos desmandos na Petrobras – Aécio mencionou a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, cujas obras superaram os custos e que foram conduzidas graças a uma sintonia entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez.
Opiniões
Aécio ouviu de integrantes do setor que estavam na Famasul algumas reivindicações do empresariado sul-mato-grossense.
Alfredo Zanutti, da Federação do Comércio (Fecomércio) do Mato Grosso do Sul, pediu modernização na gestão pública e criticou a política tributária empreendida pelo governo do PT.
“O governo que está aí nos estimulou a ser desonestos. Isso é um resultado da confusão tributária. O povo quer dignidade, uma reforma tributária e também a reforma política”, disse.
Já a representante do Agrojovem, Roberta Maia, reiterou que o setor precisa atuar em conjunto com o poder público e pediu soluções imediatas para a questão indígena. “A insegurança que existe hoje é ruim para os produtores, ruim para os índios e ruim para a população em geral”, disse.