O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) fez, nesta terça-feira (04), palestra como convidado da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no seminário “Construindo a Agenda Legislativa 2014″. Para uma plateia de empresários, Alvaro Dias analisou o papel atual do Parlamento que, ao seu ver, é de “submissão” em relação ao Palácio do Planalto.
Durante a palestra, o tucano criticou o que chama de “presidencialismo imperial”, o que avalia como “balcão de negócios que coopta políticos” e os entraves ao crescimento econômico.
“Esse modelo corrupto de balcão de negócios esgota a capacidade do setor público de investir”, disse o tucano, referindo à gestão do PT no Executivo federal. O senador também criticou a política “imediatista” dos governantes que não promovem reformas.
Segundo Alvaro Dias, os governantes não pensam a longo prazo e as prioridades do governo do PT se relacionam a financiamentos, por intermédio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) a ditaduras corruptas ao invés de investir no Brasil. “Estive no Show Rural, no Paraná, e lá o escoamento da safra recorde está comprometido pela ausência de portos. Enquanto isso, o governo está financiando um porto em Cuba”, disse.
Ano Preocupante
O senador afirmou que o ano eleitoral pode comprometer a votação de propostas no Congresso, mas destacou que essa é uma oportunidade de restabelecer a credibilidade das instituições.
“Hoje a população está insatisfeita com o governo e com a oposição, a menor da história, mas o ano eleitoral é uma oportunidade para, por meio do voto, expulsar corruptos da vida pública; acabar com o sistema promíscuo de cooptação que impede as reformas e restabelecer a credibilidade das instituições, que estão desgastadas”, reiterou o tucano
Depois da palestra, o senador participou de um debate, mediado pelo jornalista da Folha de S. Paulo Valdo Cruz, com o senador Humberto Costa (PT) e os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM) e André Moura (PSC). Respondendo a perguntas do empresariado, Alvaro Dias disse que as reformas só ocorrerão se houver um governante com o perfil transformador.
“Devemos celebrar um pacto com os partidos políticos para que o novo Congresso, eleito nesse ano, impulsione as reformas. Mas isso só vai acontecer em um governo ousado e que tenha liderança”, destacou ele.