Especialistas em energia recomendam a redução do consumo de energia entre 4% e 6%, orientação sob análise no Operador Nacional do Sistema (ONS), ganha cada vez mais apoio. O especialista Mario Veiga, da firma de consultoria PSR, sugere que o país adote um racionamento preventivo de 6%, que seria necessário para garantir a segurança do setor elétrico nos próximos seis meses, afastando o risco de que sistema entre em colapso.
As informações estão publicadas no jornal O Valor Econômico na sua edição desta sexta-feira (2).
O alerta ocorre devido às ameaça que os reservatórios das hidrelétricas desçam para um nível médio inferior a 10% durante o período seco, que se inicia agora em maio e se estende até novembro. Nesta época, o volume de chuvas cai drasticamente em relação aos meses de verão, provocando um esvaziamento nas reservas de água das usinas, que estão hoje em 38,1% da capacidade máxima na região Sudeste e Centro-Oeste, onde ficam grande parte das hidrelétricas que atendem a rede elétrica.
Se os reservatórios caírem para menos de 10%, as usinas podem parar de gerar de energia, causando blecautes. Neste caso, há o risco de ONS perder o controle sobre a operação do sistema elétrico.
Segundo Francisco Navarrete, analista do setor elétrico da corretora, o diagnóstico de que o Brasil precisaria reduzir o consumo deixa de ser uma probabilidade – como a questão vinha sendo tratada até agora pelos especialistas em energia, que aguardavam o fim do período úmido – e passa a ser uma recomendação.