O governo federal indica que desprezou, no Orçamento Geral da União, as despesas com Previdência Social e seguro-desemprego, entre outros benefícios, que são obrigatórios, agravando o resultado das contas públicas.
Reportagem publicada nesta quinta-feira (7) na Folha de S. Paulo mostra que a área econômica também cometeu erros de proporções inéditas nas projeções de despesas.
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) cobra explicações sobre os dados. “As autoridades do governo estão se contradizendo, pois o governo exalta que a empregabilidade tem os índices mais elevados e agora há essas indicações. O que está ocorrendo”, reagiu o parlamentar.
“O que parece é que há um plano um para reduzir, por exemplo, o teto dos benefícios para os aposentados. Isso tem que ser observado.”
De acordo com a Folha, na área social em particular, os programas de Previdência e amparo aos trabalhadores tiveram seus gastos subestimados em mais de R$ 20 bilhões, o equivalente a quase um ano do pagamento dos benefícios do programa Bolsa Família – carro-chefe do governo federal.
“Gostaria que o governo justificasse esses números. É preocupante e incoerente com os dados oficiais que mostram que a economia vive um momento positivo”, comparou Cyro.
A reportagem informa que contava-se, na lei orçamentária, com uma expressiva redução do déficit da Previdência. O buraco, que precisa ser coberto pelo Tesouro, cairia dos R$ 40,8 bilhões de 2012 para R$ 33,2 bilhões. Só até setembro, faltaram R$ 47,6 bilhões no caixa do INSS, um aumento de espantosos 21,5% sobre o resultado do mesmo período em 2012.