Deputados tucanos defendem urgente esclarecimento a respeito das graves declarações do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior sobre a fábrica de dossiês do governo do PT, o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel e a suspeita de que recursos do mensalão foram enviados para uma conta nas Ilhas Cayman. No fim de semana, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), anunciou que vai convidar o ex-secretário à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para esclarecer as denúncias, consideradas pelo deputado como “esclarecedoras e estarrecedoras”.
“O ex-secretário Tuma Junior, que fez parte do alto escalão do governo Lula por três anos, confirmou tudo aquilo que sempre denunciamos: a fábrica de dossiês petista, o até hoje obscuro assassinato político do ex-prefeito Celso Daniel e a existência de uma conta no exterior para onde foram enviados os recursos do mensalão, entre outras afirmações graves”, disse Sampaio. O parlamentar espera que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tenha a mesma agilidade e disposição para investigar o conteúdo do livro quanto a que demonstrou em relação ao dossiê apócrifo vazado à imprensa sobre suposto cartel em obras do metrô de São Paulo.
As revelações estão no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, escrito por Tuma Junior, que comandou a Secretaria Nacional de Justiça no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A obra chega às livrarias em breve.
O presidente da Comissão de Segurança Pública e de Combate ao Crime Organizado, deputado Otavio Leite (RJ), promete colocar em votação o quanto antes o requerimento para que Romeu Tuma esclareça as práticas “pouco republicanas”. “A intenção menor de fabricar dossiês contra adversários políticos é a mais vil e torpe prática política. Vou submeter à votação o requerimento por considerar que se trata de uma providência urgente”, anunciou.
Para Vanderlei Macris (SP), o PT faz da política um vale tudo. “Esse é o comportamento de um partido que não tem outros projetos, a não ser um projeto de poder. É uma legenda que se utiliza de todos os artifícios possíveis e imagináveis, principalmente ações menos adequadas, mais baixas, para poder destruir aqueles que ousam entrar na sua frente”, reprovou. Assim como o líder Carlos Sampaio vai apresentar pedido de convite à Segurança Pública, o tucano anunciou que vai propor o convite do ex-secretário também na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
Já William Dib (SP) afirma que o uso da máquina pública para atacar adversários faz com que a população perca a crença na política. “A política brasileira perdeu credibilidade junto à população por causa de virar regra a desconstrução de adversários políticos com denúncia anônima, fajuta e inconsistente”, avaliou.
Leitura obrigatória
O deputado César Colnago (ES) define a leitura da obra como “obrigatória”. “Este livro deveria ser lido em voz alta em praças públicas, escolas, terminais de ônibus, metrôs, aeroportos, estádios de futebol, canteiros de obras, academias, tribunais, feira-livres, enfim, em todos os lugares possíveis”, escreveu no Facebook.