A saída da cubana Ramona Matos Rodriguez, do Mais Médicos, abriu espaço para discussões sobre o descaso do governo Dilma com os profissionais daquele país que participam do programa. O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG) propôs na tribuna a criação de uma Comissão Especial para acompanhar e verificar as condições de trabalho dos médicos.
No sábado (1), Ramona fugiu da cidade de Pacajá, no interior do Pará, e seguiu para Brasília, onde pediu asilo político. Em entrevista concedida na tarde desta quarta-feira (5), a médica alegou que foi “enganada” pelo governo de Cuba. Segundo Ramona, ela tinha a promessa de receber por mês US$ 400 e outros US$ 600 seriam depositados em uma conta na ilha caribenha, o que não ocorreu.
Ela disse, ainda, que considera “trabalho escravo” o serviço prestado também pelos demais médicos cubanos, e teme pela segurança de sua família, em Cuba. Ramona alegou que está sendo “perseguida pela Polícia Federal” e teve o telefone grampeado por agentes.
Domingos Sávio lembrou que o governo Dilma deve respeito e dignidade aos médicos. “Temos que dar a eles o tratamento digno, em pleno acordo com a legislação trabalhista brasileira”.
O tucano ressaltou que os profissionais assinaram um contrato trabalhista que não condiz com a realidade salarial. “O PT é muito engraçado. Ele se diz o Partido dos Trabalhadores, mas na hora de contratar um médico, não se preocupa com a lei trabalhista”, afirmou.
Ditadura – Sávio comparou a atuação dos governantes petistas com a ditadura militar. “Eles promovem um programa que tem como uma de suas características explorar de maneira desumana o trabalho de profissionais”, apontou. Para ele, o governo não apoia ditaduras, mas sendo uma ditadura parecida com a do PT, eles aprovam.
“O governo fez um contrato de forma com que esses médicos venham para cá e ganhem menos de 10% do que deveriam”, reiterou o deputado. Ele afirmou ainda que, dentre os muitos crimes que o PT cometeu, o maior é o “trabalho escravo”.
