Filie-se
PSDB – PI
PSDB – PI

“Dor social, dor coletiva”, por Eduardo Amorim

29 de agosto de 2017
Email Share

Senador pelo PSDB, Eduardo Amorim

Por Eduardo Amorim, senador da República de Sergipe

Quando se fala em dor, pensamos primeiramente na dor física. A dor de cabeça, a dor no estômago, a dor do Câncer, mas existe uma dor maior do que todas essas, é a dor social. A dor do abandono, da má gestão, do descaso com a população. Recentemente, durante o 1º Congresso Sergipe Multidisciplinar da Dor, pude conversar com médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e estudantes da área da Saúde sobre este tipo de dor.

Quando médico, vi uma criança reclamando de fortes dores e no hospital público não tinha um analgésico sequer. Questionei-me quem era responsável por aquilo já que existiam diretor, secretário e governador do Estado e nenhum remédio. A dor social provocada pelo abandono da gestão pública é a pior. A expressão da dor varia não somente de um indivíduo para outro, mas também de acordo com as diferentes culturas. Isto vale para dor física e para dor social.

Para se ter uma ideia da dor social, no Brasil, o analfabetismo atinge 13 milhões de pessoas acima de 15 anos. Já em Sergipe, 273 mil pessoas não sabem ler, nem escrever. Outra grande “dor” é a enorme dificuldade para tornar realidade o Plano Nacional de Educação. Das 20 metas previstas no Plano, nenhuma foi cumprida integralmente, nem mesmo as previstas para 2016. Ignorar o Plano Nacional de Ensino significa impedir que as novas gerações possam desenvolver todo seu potencial.

Sabemos que a Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas. Mas o nosso País sofre com o uma saúde pública extremamente deficiente. O Brasil perdeu 23.565 leitos do SUS em cinco anos, Sergipe perdeu quase mil leitos. Pacientes são atendidos em macas e cadeiras nos corredores dos hospitais; faltam remédios, péssimas condições de trabalho, equipamentos quebrados, milhares de pessoas aguardando atendimento. Além disso, o INCA estimou para 2016, a ocorrência de mais de 596 mil casos de câncer.

Enquanto isto, em Sergipe, embora já tenham sido destinados quase R$ 200 milhões em emendas para o Hospital do Câncer, este não saiu do papel. Já foram perdidos mais de R$ 147 milhões por falta de comprometimento do Governo do Estado com a saúde. Vejam o tamanho da dor social causada pela péssima gestão. Outro ponto crucial de uma administração é a Segurança Pública e a dor causada pelas inúmeras falhas com ela é enorme. Em todo o Brasil, temos 60 mil mortes violentas intencionais por ano e Sergipe é o 1º em número de homicídios.

Das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 são municípios brasileiros. Aracaju é a 12º cidade mais violenta do mundo e a 3º mais violenta do País. Além disso, temos 40 mil mortes no trânsito em todo o território nacional anualmente. Algumas pessoas poderiam dizer que as políticas públicas de Educação, Saúde e Segurança não são aplicadas a contento por causa da falta de dinheiro. Mas isto não é verdade.

O brasileiro trabalha mais de 150 dias por ano para pagar seus impostos. Ao todo, são 94 tipos de tributos. Levando-se em conta o retorno baixíssimo que o brasileiro tem em termos de saúde, educação e segurança, é possível dizer que temos a maior carga tributária do mundo, já que ficamos em último lugar no ranking de benefícios oferecidos à população com esses recursos. Os que ganham até 3 salários mínimos, comprometem 49% da sua renda com o pagamento de tributos, ou seja, os mais pobres são os mais taxados. A dor social causada pela falta de respeito com a administração de recursos no País é imensurável.

Fonte: Portal do PSDB Nacional

Compartilhe!

Ad