O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, lançou aos governantes do país um desafio: declarar “guerra total ao Custo Brasil”. Em palestra a cerca de 300 empresários cariocas na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), nesta segunda-feira (14), o senador defendeu a diminuição do custo Brasil como forma de estimular a retomada do crescimento econômico.
“Nós temos que ter a noção clara de que, a partir daí, no momento em que nós resgatarmos a competitividade, a capacidade de competição, de vários setores da nossa economia, é que o Brasil vai retomar um processo de crescimento seguro e adequado”, disse durante participação no painel “Visões de Futuro”, evento de debates com propostas para o Rio de Janeiro e para o Brasil.
“Não podemos nos contentar e acharmos que é natural crescermos, em 2013, apenas mais do que a Venezuela na América do Sul. Em 2012, mais do que o Paraguai, como se isso fosse absolutamente normal. Sempre com aquela etapa de terceirizar a responsabilidade. O que está acontecendo é que a economia internacional está retomando o seu crescimento, e o Brasil está fora desse ciclo”, avaliou.
Acordos bilaterais
Para o presidente nacional do PSDB, o clima de desconfiança que o Brasil vem enfrentando em mercados internacionais se deve a um alinhamento ideológico “incompreensível à nossa política externa, com países que têm demonstrado muito pouco apreço à democracia”. Isso, segundo o senador, impede o Brasil de se aliar a economias complementares.
“Em 11 anos, fizemos acordos bilaterais com Israel, com o Egito, com a Palestina. E só. Enquanto nossos vizinhos aqui da Aliança do Pacífico estão indo embora. O mundo não aguarda que o Brasil se posicione, porque outros competidores estão aí. Chile e Colômbia, por exemplo, avançam de forma estratégica, e nós estamos ficando parados no tempo”, salientou.
Nova agenda
Aplaudido por um auditório lotado, Aécio ressaltou ainda a importância da construção de uma nova agenda do ponto de vista econômico, que priorize uma política fiscal transparente, e não o teto da meta inflacionária.
“Somos a 7ª maior economia do mundo, e o 25º maior exportador, apenas. No momento em que nós devíamos estar falando de inovação, de competitividade, de diminuição do Custo Brasil, nós estamos voltando a falar de inflação, de controle inflacionário”, assinalou.
“Destravar o Estado brasileiro é um desafio que nós temos. Está amarrado, tem uma visão anacrônica do mundo, que precisa ser superada por uma visão moderna e ousada. Se o Brasil avançou, e avançou sim ao longo dos últimos vinte anos, nós estamos vendo colocadas em risco algumas das principais conquistas, que não são do governo, são de um país. Isso passa pelo resgate das nossas empresas – do aparelhamento quase que criminoso a que elas foram submetidas –, pela introdução da meritocracia no setor público e a oxigenação do Brasil. O Brasil hoje está de costas para o mundo. Precisamos nos virar de frente”, completou.