A junção dos problemas causados pela falta de chuva e pelos equívocos do governo federal na condução da política energética levam o setor a uma perda de R$ 32 bilhões no período de um ano. Os dados, que se referem a despesas com indenizações e atos para superar o baixo índice pluviométrico, foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo (9).
A tentativa do governo em reduzir o preço da conta de luz, anunciada pela presidente Dilma Rousseff em 2012, e que foi criticada por não ter sido combinada com as concessionárias do setor antes do anúncio oficial, é citada pela reportagem do Estado de S. Paulo como um dos fatores que mais contribuiu para os elevados prejuízos.
“Aquilo foi um ato de grande autoritarismo por parte da gestão Dilma. Uma ação desrespeitosa que gerou instabilidade e desequilíbrio no setor. Os resultados disso aparecem agora”, definiu o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE).
Segundo a matéria do Estadão, é possível que parte dos prejuízos sejam repassados aos consumidores, já que o governo não sinalizou com outras medidas que compensariam a saída dos recursos.
Escândalo
“O problema na questão elétrica na gestão Dilma é um escândalo. Principalmente porque estamos falando de uma pessoa que foi ministra de Minas e Energia e, em tese, conheceria bem o setor. Mas mostra o oposto, já que são inúmeras as falhas gerenciais”, apontou Gomes de Matos.
O deputado destaca que, além de problemas contratuais e da falta de diálogo com outros produtores do setor, o governo do PT foi também incapaz de implantar, de maneira efetiva, outra matriz energética no Brasil. “Energia eólica e solar, para citar apenas essas duas, não evoluíram sob o comando de Dilma”, destacou.
Aparelhamento
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Iluma), Roberto Pereira D’Araújo, lamentou o sucateamento da Eletrobras. “Acabaram com a empresa”, afirmou ele.
A afirmação do especialista é baseada na queda do valor de mercado da companhia – de 75%, na comparação entre setembro de 2012 e os dias atuais.
Para Gomes de Matos, a decadência da Eletrobras é similar ao identificado em outras empresas estatais. “Petrobras, Eletrobras e outras estão sofrendo do mesmo mal: nas mãos do PT, deixaram de atender à população para servir a um partido político. Então é impossível esperar que apresentem bons resultados”, destacou.