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Inflação desacelera no Brasil

21 de outubro de 2016
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O Brasil vem em uma constante decrescente devido aos baixos rendimentos do País. Do início da atual crise até agora, o trimestre que acabou em junho marcou o fundo do poço, quando a renda do trabalho caiu 5,6% em termos reais, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

Os trimestres encerrados em julho e agosto revelam quedas menores em relação aos mesmos trimestres de 2015: -4,8% e -3,7%. “A melhora das expectativas de mercado nos últimos meses demorou a aparecer na área social, mas isso ocorre agora”, afirma Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas – FGV – no Rio.

“A crise ainda acontece e as pessoas seguem perdendo, mas o ponto mais crítico pode ter ficado para trás. A dúvida é se a recuperação será em forma de U ou W”, diz, referindo-se à possibilidade de a perda de intensidade na queda da renda não se sustentar e voltar a acelerar nos próximos meses. “Mas julho e agosto são consistentes com a ideia de que a força da crise diminuiu”, completa Marcelo Neri.

No Piauí, não é diferente, a perda da velocidade na queda dos rendimentos do trabalho e sua eventual preservação são importantes, pois têm impacto direto sobre a capacidade de consumo das famílias e as chances de uma recuperação econômica mais vigorosa no futuro.

Os dados da PNAD mostram ainda quem mais perdeu renda na atual crise e o forte impacto da inflação sobre os rendimentos: quase 75% da queda no poder de compra dos brasileiros se deu pela alta dos preços; o restante, pela perda de ocupação.

Para o economista Naercio Menezes, do Insper, uma das características da atual recessão é que, apesar de ter se instalado rápida e intensamente, ela não produziu estrago tão grande na renda do trabalho como outras crises. “Na desaceleração entre 1996 e 2003, houve queda de 16% na renda do trabalho. Comparado a isso, a atual recessão até que poderia ser considerada mole”, afirma.

Menezes suspeita que a regra atual de correção do salário mínimo, com reposição da inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, e a onda de formalização do mercado de trabalho até a crise tenham protegido a renda dos brasileiros.

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