A 44ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) começou hoje e marca janeiro de forma peculiar para o povo brasileiro, uma vez que a saúde financeira do Brasil nunca esteve tão entrelaçada aos interesses do governo do Palácio do Planalto.
As porcentagens manuseadas defrontam com a dura realidade dos juros elevados, da alta de preços e do desemprego. Esse cenário se agrava com o baixo nível de investimento e com os gargalos na infraestrutura brasileira. A aposta do governo petista em estimular o crescimento por meio do incentivo do consumo pelo crédito, por exemplo, resultou em um desempenho modesto.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a estimativa de crescimento econômico do Brasil. A projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 é que cresça 2,3%, conforme o documento Panorama Econômico Global publicado nesta terça-feira. O novo índice é menor 0,2% que o previsto em outubro do ano passado, de 2,5%.
Esse panorama arrefecedor traduz a perda de 14 posições do Brasil no ranking de liberdade econômica, divulgado na semana passada pelo centro de pesquisa americano Heritage Foundation. Em 2013, o país ocupava a 100ª colocação e aparece este ano na 114ª posição.
Apontando que o governo federal tem utilizado “a habilidade dos truques contábeis e o uso de artifícios para melhorar a performance das contas públicas”, o senador Aécio Neves em seu artigo para o jornal Folha de S.Paulo alerta que o Brasil é, em termos de desempenho, o segundo pior crescimento na América do Sul, ficando atrás apenas da Venezuela.
O Brasil precisa do seu progresso. Investidores e empresários mundiais precisam de um cenário de confiança, no qual o governo garanta uma consistente política fiscal e monetária. O Brasil precisa urgente definir suas diretrizes de enfrentamento e reorientar os rumos a fim de solidificar a atração de investimentos e a estabilidade econômica.
* Danilo de Castro é secretário de Estado do Governo de Minas Gerais