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“Padilha no ofício de conselheiro do PSDB, quem diria?”, por Alberto Goldman

5 de maio de 2014
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Interessante esse Padilha, o Alexandre.  Que ele se defenda de acusações, é legítimo.   Rejeita a afirmação de que teria indicado como executivo do Labogen, o laboratório adquirido pelo doleiro Youssef para operações pouco republicanas, o seu ex auxiliar, Marcus Cezar Ferreira, o Marcão, conforme gravação obtida pela Polícia Federal de conversas entre o deputado petista André Vargas e o citado doleiro.  Marcão seria a ponte entre o esquema corrupto e o ministério.  Minimiza o fato de ter assinado como testemunha o termo de possível parceria com o laboratório dizendo que, antes de qualquer contrato, ele haveria de passar por filtros de avaliação.  Até aí, tudo aceitável, a ser comprovado, como seu direito de defesa.

O que não é aceitável é ele, debaixo dessas acusações, virar as baterias contra o PSDB como se esse fosse o autor das denúncias.  Não é.  São matérias do jornal O Globo”e investigações feitas pela Polícia Federal.  Padilha, naturalmente “preocupado” com o futuro de seu adversário, o PSDB, lhe dá orientação política, afirmando que “o PSDB vai perder de novo se continuar a minar as candidaturas petistas como a dele e da presidente Dilma, por meio de denúncias”.  Patético.

Não satisfeito em se meter a ser conselheiro do PSDB, acusa o governo de São Paulo de não investigar a formação de cartel, “cujas investigações começaram por autoridades internacionais e pelo Cade”.  Pelo contrário, o governo de São Paulo, logo após a confissão de um diretor da Siemens, uma das partes do cartel, iniciou uma investigação e um processo judicial de ressarcimento dos prejuízos eventualmente provocados pela formação do cartel, inclusive utilizando as investigações feitas pelo Cade.

É importante que se esclareça, que o cartel das empresas que atuaram na área teve abrangência internacional e, no Brasil, teria se organizado em todo o território nacional, inclusive nas empresas federais que utilizam os bens produzidos pelas empresas que formaram o cartel, não só na área do transporte sobre trilhos como também no setor elétrico, onde a participação federal é dominante.

Aliás, no âmbito federal, além das investigações do Cade desconheço qualquer iniciativa para processar e pedir judicialmente ressarcimento por prejuízos provocados pelo cartel.  Dizer que “no âmbito do governo federal a apuração começa no governo federal”, é desconhecer que ministros caíram sem que qualquer dos acusados por corrupção tenha sido molestado.  Pelo contrário, vários deles voltaram a dirigir e mandar em ministérios e órgãos federais.

Reconheço o seu direito de defesa.  Seus argumentos devem ser avaliados e aceitos, ou não.  O que ele não tem o direito é de ser intelectualmente desonesto e tentar encobrir seus problemas com ataques a terceiros, sem base nos fatos.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

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